No último domingo, 3 de setembro, o Brasil perdeu um dos grandes nomes que atuou por décadas na defesa, proteção e promoção dos direitos humanos: José Gregori. Ele foi um dos bastiões da democracia e defensor daqueles que a defendiam durante os anos de chumbo da ditadura militar no Brasil. Em sua própria casa acolheu aqueles que eram perseguidos pelo aparato opressor, colocando em risco a sua própria segurança e a de sua família para evitar que inocentes fossem capturados e certamente torturados e mortos.
Foram atos e não apenas palavras que caracterizaram a vida de José Gregori. Atuou junto à Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo nos anos 1970 defendendo presos políticos e aqueles que eram vítimas de tortura. Mais adiante entre os anos 1990 e 2000 atuou como Secretário Nacional de Direitos Humanos e Ministro da Justiça. Foi também secretário especial de direitos humanos da cidade de São Paulo. Já em idade avançada, aos 88 anos, ajudou a fundar em 2019 a Comissão Arns, que tem como missão monitorar violações de direitos humanos.
Quando Gregori presidia a Comissão de Direitos Humanos da Universidade de São Paulo – USP, ele conferiu a Geledés – Instituto da Mulher Negra o Prêmio USP de Direitos Humanos 2020.
A diretoria de Geledés se solidariza com a família Gregori por esta irreparável perda. Certamente futuras gerações irão se mirar no exemplo dado por José Gregori como advogado, escritor, palestrante e acima de tudo defensor dos direitos humanos.