Obras de internos da Penitenciária de Guarulhos são expostas na Unifesp

Imagem retirada do site Secretaria da Administração Penitenciária

Ação proporciona uma conexão social dos trabalhos feito dentro da unidade prisional apresentado aos alunos universitários

Do  Portal do Governo SP

Imagem retirada do site Secretaria da Administração Penitenciária

“Africanidades – a beleza da África” é o nome da exposição apresentada na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e que trouxe obras produzidas por presos do regime fechado da Penitenciária I “José Parada Neto”, do mesmo município. Os trabalhos artísticos foram feitos pelos alunos internos do projeto de Educação de Jovens e Adultos (EJA) da escola vinculadora E.E. Francisco Antunes Filho.

Durante todo o segundo semestre de 2018, cerca de 350 reeducandos, de 14 turmas da Penitenciária I de Guarulhos aprenderam, em aulas de diversas disciplinas, mais sobre a história dos povos africanos. A iniciativa dos professores do EJA rendeu trabalhos tão bem feitos que foram expostos na Unifesp de Guarulhos e gerou o debate “Relações étnico-raciais na EJA do sistema prisional” entre docentes da universidade, diretoria da unidade prisional, professores da escola vinculadora e discentes.

Trabalhos

As peças produzidas pelos reeducandos estiveram expostas em vários espaços da universidade: a maioria delas, como painéis, uma representação de um navio negreiro e as bonecas “abayomi” – historicamente feitas por mães e seus filhos, com pedaços de tecido de saias, durante as viagens nos navios negreiros.

“O trabalho foi feito com base em inúmeras pesquisas e conversas, para que entendêssemos o pensamento e os pré-conceitos deles e até de alguns professores, sobre os temas abordados. Muitos não sabiam que a África é composta por diversos países, enquanto outros só conheciam a história dos africanos na situação de escravos. Foi a oportunidade de mostrarmos a riqueza desses povos”, explicou a professora da E.E. “Francisco Antunes Filho” Tamyres Siqueira.

Já a professora Mariângela Graciano, docente de Pedagogia da faculdade, comentou a importância de levar os trabalhos para fora da unidade prisional. “É também responsabilidade das universidades públicas de estar cada vez mais próximas da sociedade, divulgando pesquisas e abrindo seu espaço de conhecimento a todos”, avaliou.

Projeto

A parceria entre a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) e a Secretaria de Estado da Educação (SEE) permite que, atualmente, mais de 1.760 reeducandos da Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Metropolitana de São Paulo (Coremetro) cursem o ensino formal dentro dos estabelecimentos onde cumprem pena, com professores estaduais e diploma com o nome da instituição de ensino formadora.

-+=
Sair da versão mobile