Partido Socialista francês terá primeiro líder mestiço da história do país

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Harlem Désir (Foto: Nadezda Buran, TUT.BY)

O eurodeputado Harlem Désir, ex-líder da associação SOS Racismo, foi indicado nesta quarta-feira como o novo secretário-geral do Partido Socialista francês, depois de semanas de suspense na França. O anúncio foi feito pela atual líder do partido, Martine Aubry, e o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault. Este é o primeiro líder mestiço da história dos partidos na França

Em um comunicado divulgado à imprensa nesta quarta-feira, Harlem Désir, que deverá ter sua designação confirmada em outubro pelos militantes socialistas, disse que se sentia “orgulhoso e honrado” pela indicação. Esta é primeira vez que um partido francês será chefiado por um mestiço, disse à RFI o cientista político da Sorbonne de Paris, Stéphane Monclaire. “Isso faz parte da evolução da sociedade francesa”, declarou.

Harlem Désir, eurodeputado desde 1999, ficou conhecido como militante nos anos 80 pela sua atuação na associação SOS Racismo. “Com o crescimento do partido Frente Nacional, de extrema-direta, a associação organizou diversas manifestações, e o líder dos protestos, Harlem Désir, se tornou muito popular, pelo menos entre a juventude francesa”, explicou Monclaire.

Depois do anúncio, o novo líder do PS também disse que se comprometia com “força e determinação para mobilizar os socialistas a serviço da ação do presidente da República e do governo.” Segundo ele, “Em um momento de crise, de uma gravidade excepcional, a esquerda e a França precisam de um Partido Socialista forte, unido, que traga ideias e renovação, e que, mais do nunca, ouça os cidadãos.”

Equipe terá poucas mulheres

O número dois do partido será o deputado da região Seine-Maritime, Guillaume Bachelay, 38 anos, próximo de Martine Aubry. De acordo com o primeiro-ministro Jean Marc Ayrault, também farão parte da equipe Olivier Faure, seu conselheiro político, e Karine Berger, secretária nacional para a economia, mas ela será uma das poucas mulheres a integrar a equipe. Uma mudança que causa surpresa, já que a paridade de gênero foi uma das prioridades do PS, principalmente depois da gestão de Martine Aubry. No próprio governo do presidente François Hollande, metade dos ministros são mulheres.

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