“Nós não vamos brincar de fazer educação”.

Por: Arísia Barros

 

Paulo Bandeira é símbolo de educação que rompe convenções, um revolucionário, que nem é citado nos compêndios da história alagoana.

Paulo Bandeira, o professor, era combativo e investia nas possibilidades de mudanças na terra das Alagoas cujo índice de analfabetismo total e funcional, é como uma metástase que corrói o presente quase sem futuro de tantas e muitas crianças.

O professor Paulo acreditava em políticas estruturantes que fomentasse o descrescimento da exclusão educacional em Alagoas, o mais pobre entre os pobres do Brasil.

Por acreditar em educação como parenta do acúmulo de conhecimento, o professor alagoano, Paulo Bandeira foi seqüestrado, torturado e queimado vivo.

A Escola Paulo Bandeira, que leva o nome do professor, está localizada no bairro periférico do Benedito Bentes, cujo índice de pobreza e desigualdade social transforma um número incontável de meninos e meninas reféns das iniqüidades sociais.

A gestora da Escola Paulo Bandeira acredita que a educação é uma ferramenta de incomensurável valor na vida de tantos e muitos.

Para ela o poder público não pode fazer da educação um faz-de-contas ou contar anêmicas e quilométricas histórias para fazer boi dormir.

O descaso com a reforma da Escola Paulo Bandeira, no bairro pobre e periférico do Benedito Bentes, caracteriza a brutalidade do estado como forma coerciva de estabelecer espaços de poder, apartando os desiguais.

A direção da Escola Paulo Bandeira e seu corpo funcional trazem o predicado moral de lutar por qualidade de ensino e fazem greve por condições dignas de trabalho e aprendizado.

O SINTEAL, o Ministério Público Estadual e a sociedade civil organizada e tantos que militam por uma educação de qualidade têm a obrigatoriedade de respaldar a iniciativa da Escola Paulo Bandeira e confrontar a neutralidade dos discursos oficiais.

A Escola Paulo Bandeira cerra as portas para que a educação praticada possa fazer sentido e produzir cidadania.

A Escola Paulo Bandeira reinventa a resistência aos dogmas impostos pelo estado, desconstruindo e desafiando a passividade anêmica e cúmplice da sociedade alagoana aos desmandos do poder público.

Nós não vamos brincar de fazer educação- diz a diretora que acredita em uma sociedade baseada no respeito ao pluralismo, liberdade e igualdade, assim como pensava o professor Paulo Bandeira.

O revolucionário!

 

Fonte: Cada Minuto

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