Rafaella Leonarda tem apenas cinco anos de idade, já o racismo…

foto reprodução do Facebook

Rafaella Leonarda tem apenas cinco anos de idade. Ela é natural de Moçambique, mas é brasileira e mora em São Paulo com a sua mãe, Renata. Rafa faz parte do Portal 4 Kids Brasil, composto por crianças fashionistas. Ela tem vários seguidores nas redes sociais (administradas pela mãe, Renata) e suas postagens sempre têm muitas curtidas. Mas isso não a impediu de sofrer racismo.

por por Isabela Faggiani no Ondda

Rafaella é negra e, certo dia, quando sua mãe foi buscá-la na perua escolar, se deparou com uma cena que quebra qualquer coração. O motorista e a “tia” que cuida das crianças expressaram preocupação e perguntaram à Renata se Rafaella tinha se queixado de algo.


19:00h. Como de costume desci meu prédio pra pegar minha filha que chega da escola junto ao transporte escolar.

A van chega, a porta abre e eu sinto um clima estranho no ar. O tio, motorista da van me pergunta: – Rafa tem reclamado de alguma coisa? Respondo que não! Mas o rosto dele e da tia que cuida das crianças trazia uma tensão que eu jamais tinha visto.

Olho pra Rafa, quietinha no canto, amuada, quase que deitada no banco, com os olhinhos marejados.
Pego no colo. O choro é quase que instantâneo… Me abraçou apertado, era um choro sentido, dolorido, diferente…

Naturalmente tímida ela demorou a me dizer o que tinha acontecido.

Mas abriu seu coração.

Hoje ela não pôde brincar com os amigos da van, pois um deles não deixou. O motivo? A cor de sua pele…

Ele disse que a pele dela era escura demais pra tocar na bola dele que era tão clara. Continuou e disse que a pele dela era muito feia e muito escura, e ele não gostava de pessoas de pele escura… sendo assim, ela deveria se sentar longe dele. E assim ela o fez.

Eu engulo meu choro, pego em seu rosto, mando olhar nos meus olhos e digo: – Repete Rafa: Eu sou linda! Eu sou maravilhosa! – Em meio às lágrimas ela repete. Digo de novo: Repete alto filha pra vc ouvir bem.

Ela o faz.

Subimos.

Ao chegar em casa, já sem chorar, converso que ela precisa se achar linda, que ela precisa se amar e não depende da aprovação de nenhum amiguinho pra achar isso.
Ela sorri, e diz: Eu me acho linda mãe. E acho a minha pele linda tb.
Fim do assunto com ela.
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Queridos amigos!

Ensinem seus filhos. Orientem-os.

Você não consegue mudar a cabeça de um racista, mas você consegue fazer com que seu filho não seja um.

A estrutura racista da nossa sociedade causa uma separação racial paralela a social.

Na escola da Rafa temos apenas 3 crianças negras.

Empoderá-la tem sido um feito diário.

Há quem diga pra mim: Rê, mas você só fala de racismo.

Cada um fala sobre a sua realidade, e essa é a realidade da minha filha, da minha preta. É por ela que eu falo!

O novembro é negro, e eu to aqui pra dizer, não se deixe dominar pela estrutura racista imposta pela sociedade.

E só pra constar!
Ela tem a pele mais linda que já vi!

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