Rio conclui revitalização de circuito da herança africana na zona portuária

A prefeitura do Rio de Janeiro inaugurou hoje (30) a sexta e última obra do circuito histórico e arqueológico da celebração da herança africana, na zona portuária da cidade. A Praça dos Estivadores é hoje chamada assim porque fica em frente à antiga sede do Sindicato dos Estivadores, mas antes disso abrigava uma área de venda de escravos, chamada de Largo do Depósito.
por Vitor Abdala na Agência Brasil

valongo

“Por aqui entraram as pessoas escravizadas. Elas chegavam aqui e vinham para esse espaço para serem depositadas e comercializadas”, conta o presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, Washington Fajardo.

O circuito agrega locais que fazem parte da história da escravidão e da cultura dos negros no Rio de Janeiro. A praça se junta a outros pontos do circuito já inaugurados, como o Cais do Valongo, onde chegavam os escravos, a Pedra do Sal, onde o sal era descarregado pelos escravos e foi o berço do samba carioca, e o Cemitério dos Pretos Novos, onde eram sepultados os africanos que não resistiam à viagem.

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O mercado de escravos funcionava na Praça XV até a década de 1770, quando o então vice-rei do Brasil, Marquês de Lavradio, determinou sua transferência definitiva para o Largo do Depósito. O mercado só foi extinto oficialmente em 1831.

Segundo moradores e comerciantes do local, a praça estava degradada e vinha sendo usada como ponto de consumo de drogas. “Tem muito usuário de crack aqui. Eu não podia frequentar essa praça. Agora pode ser que melhore”, disse o morador da zona portuária Antônio Carlos, de 79 anos.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, acredita que, com a revitalização, os moradores passarão a frequentar mais o espaço. “Esse aqui talvez fosse o lugar mais degradado da cidade, abandonado há muito tempo. Esse largo aqui tem muita história da formação do Rio e é um lugar muito especial.”

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