Rosa Weber defende ‘urgente esclarecimento’ de assassinato de líder quilombola Bernadete Pacífico

Presidente do STF reuniu-se com liderança no mês passado

FONTEO Globo, por Daniel Gullino
A presidente do STF, ministra Rosa Weber — Foto: Nelson Jr./STF/31-05-2023

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, lamentou nesta sexta-feira a morte da líder quilombola Bernadete Pacífico, chefe da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), e cobrou o “urgente esclarecimento e reparação do acontecido”.

Bernadete Pacífico era líder quilombola na Bahia e coordenadora da Conaq (Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos) – Conaq/Divulgação

Rosa Weber esteve com Pacífico no mês passado, durante visita ao Quilombo Quingoma, na cidade de Lauro de Freitas (BA). De acordo com a presidente do STF, ela falou “sobre a violência a que os quilombolas estão expostos e revelou a dor de perder seu filho com 14 tiros dentro da comunidade”. A magistrada ainda defendeu que os familiares de Pacífico sejam “imediatamente protegidos”, assim como outras lideranças locais.

A líder quilombola foi assassinada na noite de quinta-feira, na cidade de Simões Filho (BA). De acordo com informações preliminares obtidas pela Secretaria da Segurança Pública do estado, dois homens usando capacetes invadiram o imóvel da vítima e efetuaram disparos com arma de fogo.

“Mãe Bernadete, que me falou pessoalmente sobre a violência a que os quilombolas estão expostos e revelou a dor de perder seu filho com 14 tiros dentro da comunidade, foi morta em circunstâncias ainda inexplicadas. As autoridades locais devem adotar providências para o urgente esclarecimento e reparação do acontecido, a fim de que sejam responsabilizados aqueles que patrocinaram o covarde enredo e imediatamente protegidos os familiares de Mãe Bernadete e outras lideranças locais”, escreveu Rosa Weber.

A presidente do STF ressaltou que é “absolutamente estarrecedor que os quilombolas, cujos antepassados lutaram com todas as forças e perderam as vidas para fugir da escravidão, ainda hoje vivam em situação de extrema vulnerabilidade em suas terras”.

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