Segundo Nando Cunha: 99,9% dos homens traem

FONTEDe Mulher Negra e Cia
Nando Cunha é o pilantra e Dante, que vive de roda em roda de samba. (Foto: MARCELO CORREA)

Fernando Cunha , 46 anos, leonino nascido em 19 de agosto, mais conhecido com Nando Cunha, vem fazendo um enorme sucesso com o personagem Pescoço na trama global de Gloria Perez, somente agora o sucesso definitivamente chegou com repercussão nacional. Ao ser escalado para Salve Jorge, Nando Cunha seria um biscateiro do Morro do Alemão que morreria ainda no primeiro capítulo, porém o ator foi conquistando espaço com seu personagem, e hoje é um dos personagens mais populares da trama de Gloria Perez.

Traição

99,9% dos homens traem. “Se não traiu fisicamente, traiu por olhar, por desejar. Não tem nenhum homem, por mais santo que seja, que não vai virar o pescoço se uma mulher bonita passar, A gente quando trai fica com a consciência pesada, não dorme direito e às vezes não consegue olhar pra pessoa. Mas depende muito. Porque às vezes é uma coisa leve. Acho que nem tudo na vida, podemos ter a culpa católica. Fez? Vai fazer novamente? Porque você está com essa pessoa? Às vezes você está com uma pessoa que te preenche e não há necessidade em fazer isso. Ou de repente, alguma coisa está errada na relação. Ai é bom sentar e conversar, ou terminar a relação, ou verificar o que está dando errado. Eu já traí sim! Acho que até por imaturidade ou falta de algo que não existia na minha relação. Ou por inexperiência ou aventura. Já traí e já fui traído. Mas acho que já fui mais traído do que traí. Fui cego, apaixonado, das pessoas chegarem pra mim, e disserem que a pessoa não prestava. Mas eu não acreditava.
Descobri e depois perdoei, descobri novamente e perdoei outra vez… Mas chega um momento em que precisamos aprender a buscar  e a gostar de nós mesmos. E reaprender a gostar de alguém novamente, mas com maturidade. Hoje estou muito feliz. Tenho uma esposa maravilhosa que é parceira e que me acompanha, me ajuda. Isso vem com a maturidade” conclui o ator

 Sucesso

Tenho pés no chão, e sei que daqui a pouco haverá outra novela das nove. E que haverá outros personagens de sucesso, outro Pescoço da vida. Assim como há pouco havia a Carminha, havia o personagem do Marcos Caruso, que eu adorava. O sucesso é efêmero, é cítrico. Vai ficar apenas na história  na memória das pessoas. A única coisa que quero de tudo isso, com o sucesso do meu personagem, que eu seja uma escolha para os outros diretores. Que não fique apenas num perfil. Quero que me escolham pelo meu trabalho de ator e pela minha capacidade de fazer. Quero criar o meu filho pela minha arte. Quero estabilizar a minha carreira. Não quero ser sucesso e nem capa de revista. Quero a minha parte em dinheiro. Sei que tenho que fazer acontecer. Nós que somos um pouco mais ‘escurinhos’, temos que matar uns três leões por dia. E vamos em frente! Mas quando olhamos pra trás tem aqueles dois que sobraram. Nós não fugimos da luta, da correria e não podemos baixar a cabeça. Acho que seguindo essa máxima de São Jorge: de matar o dragão, o seu inimigo…

Não imaginava essa repercussão toda. Já estava agradecido a Deus por estar empregado, por estar em uma novela da Glória Perez. Sucesso é trabalho. Sabia que tinha que me empenhar, como estou me empenhando a cada cena, a cada dia de gravação”

Devoção a São Jorge

Sou devoto dele desde criança. Minha avó nasceu no dia 23 de abril que é o dia de São Jorge , e acredito que  a novela e o meu personagem foi um presente de São Jorge e da Glória Peres. Que aconteceu na hora que eu mais precisava, porque foi num momento em que eu estava ‘grávido’. Na verdade, nem ia fazer o Pescoço. O personagem tinha outro nome, que se chamava José Biscateiro. E não tinha quase nada, nem família… Nada! Graça a Deus quando ela criou o Pescoço, ela me escolheu pra fazer. E tudo isso, atribuo ao São Jorge. Ele me concedeu essas graças. Essa é uma prova de que minha fé nele é incrível e verdadeira. As graças vieram! Nasceu o meu filho e aconteceu a novela.

 Teatro

Neste momento estou envolvido com uma peça de teatro, está sendo um pouco corrido, mas está gostoso.

A peça fala sobre o Lima Barreto, e se chama Lima Barreto – Ao Terceiro Dia. Em que farei o personagem principal mais novo. A peça retrata as lembranças dele quando jovem. Na época em que trabalhava no jornal, com as ideais reacionárias, visionárias. Durante o espetáculo ele dialoga com seus próprios personagens. É um barato. Essa peça está sendo dirigida por Luiz Antônio Pilar. Até hoje a Academia Brasileira, não fez uma reparação ao autor, e suas obras, que são riquíssimas. Vamos estrear no dia do final da novela, dezessete de maio.

Vaidade

Sou muito vaidoso! Demoro até mais que a minha esposa. É a camisa que não está combinando com a calça, ou a calça que não combinou com o tênis, ou a camisa que está deixando a barriga aparecer… Daí vou trocando tudo! O Pescoço não tem essa vaidade. Ele é meio barrigudo, encostado… Eu também não sou galã, sou ator. Mas sou vaidoso! Gosto de andar cheiroso, e bem arrumado. Mas às vezes relaxo um pouquinho. Coloco uma bermuda e um chinelo… As pessoas de vez em quando, me dão um toque, avisando pra eu me vestir melhor, porque sou ator. E que as pessoas vão querer tirar fotos… A gente tem que estar bem arrumado, porque estamos representando uma novela, uma indústria.”

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