SOS Racismo satisfeita com condenação de Mário Machado

A associação SOS Racismo congratulou-se hoje com a condenação de Mário Machado por difamação agravada da procuradora Cândida Vilar, considerando o veredicto “um sinal de que os crimes de ódio começam a ser punidos”.

 

 

Mário Machado foi hoje condenado a oito meses de prisão efetiva por difamação agravada da procuradora Cândida Vilar, tendo anunciado que vai recorrer da sentença e assegurado que voltaria a escrever o mesmo texto em que ameaça a magistrada.

Reagindo à agência Lusa, o presidente da SOS Racismo, José Falcão, revelou-se satisfeito com o acórdão, considerando-o “um sinal de que os crimes de ódio começam a ser punidos” em Portugal.

José Falcão lembrou que Mário Machado, dirigente da Frente Nacional e líder do movimento Hammerskins em Portugal, foi condenado por um crime contra a magistrada que coordenou as investigações relacionadas com discriminação racial no qual estava implicado.

A magistrada do Ministério Público Cândida Vilar foi responsável pela condução da investigação do processo de Mário Machado e outros 35 skinheads relacionado com discriminação racial, coação agravada, detenção de arma ilegal, ameaça, dano e ofensa à integridade física qualificada.

Mário Machado, que esteve em prisão preventiva decretada por Cândida Vilar, foi condenado em outubro de 2008 a quatro anos e dez meses de prisão efetiva, pena que ainda não transitou em julgado.

A condenação de hoje, da qual o nacionalista vai recorrer, surge depois de ter escrito um texto, inserido na Internet por Bruno Almeida, o outro arguido, que foi absolvido, em que apelava aos “companheiros nacionalistas” para que “não esquecessem” a procuradora.

O tribunal decidiu absolver, no entanto, Mário Machado dos crimes de ameaça e instigação à prática de crime.

Mário Machado foi condenado por envolvimento no homicídio de Alcino Monteiro, português de origem cabo-verdiana, agredido até à morte por um grupo de skinheads no Bairro Alto, em Lisboa, na noite de 10 de Junho de 1995.

 

Fonte: PÚBLICO

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