Teresina contabiliza 100 casos de racismo; maioria em escolas

Delegado disse que o crime pode levar de 1 a 3 anos de reclusão.

A Delegacia de Proteção aos Direitos Humanos e de Repressão as Condutas Discriminatórias está encerrando o ano contabilizando mais de 100 denúncias por racismo em Teresina. Segundo o delegado Sebastião Escórcio o crime tem crescido principalmente em ambiente escolar.

Foto: Evelin Santos

“São alunos que denunciam professores, supervisores e funcionários de escolas por crime de injúria racial. São discussões que acontecem dentro de sala de aula e nos corredores da escola”, disse o delegado.

“Os principais xingamentos são de negro vagabundo, urubu, fedorento, cara de crioulo, quando não faz merda na saída faz na entrada e só podia ser negro”, relatou Sebastião Escórcio. Ele conta ainda que as expressões são usadas para humilhar as vítimas, mas que na investigação muitas vezes é difícil de comprovar.

Segundo o delegado, o crime pode levar de um ano a três anos de reclusão.

Ele ressalta que as punições são de prestação de penas alternativas ou pagamento de cestas básicas.

“O agressor acha que é o meio mais fácil de denegrir e agredir a vítima. Estamos investigando todos os casos na delegacia”, disse o delegado.

Abuso de autoridade

Sebastião Escórcio também esclarece que a Delegacia de Proteção aos Direitos Humanos e de Repressão as Condutas Discriminatórias tem atribuições de investigar as denúncias de torturas e abuso de autoridades. As principais queixas são contra policiais militares. De janeiro até agora 35 casos foram registrados no distrito.

Jogador é alvo de ataques

Um caso de racismo chamou atenção envolvendo um jogador brasileiro durante o Campeonato Espanhol. No clássico da cidade de Sevilha, o zagueiro Paulo Afonso Santos Junior, o Paulão, foi vítima da própria torcida. Expulso aos 41 minutos do primeiro tempo, após receber o segundo cartão amarelo, o zagueiro do Betis foi hostilizado pela torcida. Os torcedores fizeram gestos obscenos e imitaram macacos. Abalado com a atitude o jogador deixou o estádio chorando.

Flash Yala Sena
yalasena@cidadeverde.com

Diretora de colégio, Cidade Jardim Cumbica, acusado de racismo falta a depoimento

Datena entrevista menino vítima de racismo

A “Tal” Consciência Humana: Aluno de 8 anos com cabelo Black Power impedido de fazer rematrícula em escola

Escola dos EUA ameaça expulsar menina com cabelo crespo e armado

Racismo no Colégio Anhembi Morumbi – Estagiaria forçada a alisar o cabelo para manter a ‘boa aparência’

Escola é investigada por racismo após pedir para aluno cortar cabelo ‘black power’

 

Fonte: CidadeVerde.com

-+=
Sair da versão mobile