“Presságio”. O título do primeiro álbum do Grupo Odídere pode ser entendido como aquilo que antecede algo. Um aviso. Uma prece. Um cuidado. Em tempos em que se questiona o existir e se espera mais leveza, o EP chega no tempo de se espiralar Exu, orixá que inspirou a feitura deste álbum. O lançamento em todas as plataformas digitais acontece na sexta-feira (08).
Expondo a potência das manifestações artísticas do candomblé e a vivência periférica, o álbum é composto por sete faixas – seis delas autorais e uma releitura. A música “Primeiro Aviso”, vem para mostrar que Exu está em tudo e em todos os momentos. Já as canções, “Tratores” e “Levante”, falam sobre as dificuldades de se manter firme diante as violências motivadas pelo racismo, e como o conhecimento ancestral pode ser também rota de fuga.
Formado por Adriana Miranda, Filipe Fontes, e Victor Motta, o Grupo Odídere surge a partir da necessidade do encontro em compartilhar vivências tendo a música de terreiro como fio condutor desta relação com o universo das artes. O encontro destes artistas negres e LGBTQIA+, que vêm do teatro, caminha para experienciar outras possibilidades e encarar novos desafios.
Para Adriana Miranda, idealizadora do projeto, “Cantar é sinônimo de guerrilha, é evocar o passado para dançar com ele no presente, é firmar o pé na terra e se plantar esperando que colham o fruto, é abrir a boca para falar e manter a cabeça saudável”, contou.
“Presságio” conta com a ilustração de “Mateus Augustinho” que já ilustrou singles da cantora baiana Mariene de Castro, também é o que desenha a capa do EP e o logo do grupo. A Ialorixá Claudinha Rosa de Oyá, também marca presença com sua voz e ensinamentos em uma das faixas do EP. Alinexú, poeta periférica e dona da página “Maternidade Sapatão”, divide uma de suas poesias na faixa “Primeiro Aviso”.
O EP foi foi contemplado pela 17ª edição do VAI – Programa para Valorização de Iniciativas Culturais, também traz o Rudah Felipe ( percussão), Natália Ortega (Violoncelista), Marcus Felipe – Meninão (guitarrista e engenheiro musical), Mauá Martins e Rodrigo Mercadante ( orientadores vocais) somam nesse trabalho. Já a produção musical fica por conta de Agrício Costa, cantor, compositor e produtor.
Presságio – O EP surge a partir do encontro com a Coletiva Inã – grupo formado por três mulheres negras, Adriana Miranda, Jéssika Tenório e Viviane Maísa, que convidou Filipe Fontes e Victor Motta para escrever o Edital do Programa VAI 2020. A proposta inicial de trabalho se baseava em envolver música, festival, e Exu.
Assim surgiu o projeto “Gira a força da encruzilhada” que tinha como proposta inicial promover um festival nomeado “Festival Gira” com diversos grupos que trabalhassem a temática negra e de pesquisa para com as manifestações artísticas do candomblé. Com a pandemia, o projeto é reorganizado para atuar em duas frentes: com o documentário “Encontros” com estreia marcada para outubro e o EP musical “Presságio”.
Ficha Técnica:
Vozes : Adriana Miranda, Filipe Fontes e Victor Motta
Composições musicais: Adriana Miranda, Filipe Fontes e Victor Motta
Participações especiais: Alinexú e Ialorixá Claudinha Rosa de Oyá
Violão: Victor Motta e Agrício Costa
Direção Musical/Produção Musical e arranjos : Agrício Costa
Produção Executiva : Jessika Tenório
Assistência de produção : Viviane Maísa
Orientação Vocal : Mauá Martins
Arranjo Vocal: Rodrigo Mercadante
Violoncelo – Natalia Ortega
Percussão – Rudah Felipe
Guitarra: Marcus Felipe “Meninão”
Captação, Edição, Mixagem e Masterização: Marcus Felipe D’ Antonio – MF7 produções musicais
Ilustração: Mateus Augustinho
Designer Gráfica: Thais Farias
Mídias sociais: Filipe Fontes
Fotografia : Aman Rodrigues
Figurino : Felipe Cruz
Serviço:
Lançamento Presságio
Data: 08 de outubro de 2021
Local: Em todas as plataformas digitais
** ESTE ARTIGO É DE AUTORIA DE COLABORADORES OU ARTICULISTAS DO PORTAL GELEDÉS E NÃO REPRESENTA IDEIAS OU OPINIÕES DO VEÍCULO. PORTAL GELEDÉS OFERECE ESPAÇO PARA VOZES DIVERSAS DA ESFERA PÚBLICA, GARANTINDO ASSIM A PLURALIDADE DO DEBATE NA SOCIEDADE.