“Ver o racismo como um ‘problema dos negros’ é um privilegio dos brancos”

O BRASIL ESTÁ longe de ser uma democracia racial, como inúmeros fatos demonstraram ao longo de 2017. A demissão do apresentador William Waack, da TV Globo, depois de dizer que uma buzina insistente era  “coisa de preto”, uma festa em que secundaristas se fantasiaram de faxineiras e entregadores de pizza, a fala do ministro Luís Roberto Barroso sobre Joaquim Barbosa ser um “negro de primeira linha”, os novos ataques online sofridos por personalidades como a atriz Taís Araújo, a apresentadora Maria Júlia Coutinho e a Miss Brasil 2017, Monalysa Alcântara, entre outros, ampliaram o debate sobre o tema. Os brancos, porém, pouco discutiram sobre seu papel nessa história.

Por Alessandra Goes Alves, do The Intercept Brasil

Em entrevista a The Intercept Brasil, a pesquisadora Lia Vainer Schucman fala sobre hierarquias raciais e a sua relação com os privilégios da branquitude.

O que significa ser branco em nossa cultura? Quais acessos, possibilidades e vantagens são garantidos aos brancos em função do racismo? Qual o papel dos brancos no combate ao problema? Em entrevista a The Intercept Brasil, a pesquisadora Lia Vainer Schucman fala sobre hierarquias raciais e a sua relação com os privilégios da branquitude.

“É um processo individual, coletivo e institucional. Depois de reconhecer que há privilégios por conta do racismo, quem quer se opor ao problema tem que fazer uma vigilância constante”, diz Schucman. Doutora em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo (USP), ela enfatiza que o racismo não pode ser combatido somente com educação. “O racismo é um problema material. A educação ajuda, mas não se combate o racismo sem redistribuição de renda, terra e poder”, afirma a pesquisadora.

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