A elite brasileira é burra

Massacre de professores no Paraná é apenas mais um capítulo da trágica história da promíscua relação da elite brasileira com o aparato do Estado

Por , do EL Pais 

A inaceitável repressão policial aos professores do Paraná, comandada pela Polícia Militar e referendada pelo governador Beto Richa (PSDB), é, infelizmente, apenas mais um capítulo da trágica história da promíscua relação da elite brasileira com o aparato do Estado. E aqui deixo claro que entendo como “elite brasileira” não só aquela velha minoria – cerca de 10% da população – que detém 75% de toda a riqueza do país, e, por consequência, exerce desde sempre o Governo de forma direta ou por meio de prepostos, mas também a nova classe política que, ascendendo de movimentos populares (sindicatos, associações) ou pronunciando-se em nome de igrejas evangélicas, tomba emaranhada no cipoal de corrupção que caracteriza a nossa estrutura de poder.

Parece não haver dúvida – pelo menos a maioria dos discursos, amadores ou profissionais, convergem para a mesma solução – de que para o Brasil desatolar-se do pântano em que está afundado e ancorar-se em terra firme teria que investir em uma ampla e vigorosa reforma educacional. Se começássemos hoje, talvez conseguíssemos salvar a próxima geração. Mas esse projeto, sempre adiado, acabou nos envolvendo em uma frustrante sensação de que somos, em uma festa, aquele sujeito inconveniente que todos evitam e que apenas gera piadas e comentários desabonadores entre os outros convidados.

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