A sustentabilidade de novas tecnologias sociais foi debatida no 6º Fórum dos países da América Latina e do Caribe sobre o desenvolvimento sustentável, que aconteceu entre os dias 25 e 28 de abril, na sede central da Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (CEPAL) em Santiago, no Chile.
O objetivo do encontro foi analisar os avanços na implementação regional da Agenda 2030 com destaque para as ações e propostas de aceleração das metas dos objetivos de desenvolvimento sustentável.
A Agenda 2030 trata-se de um plano global para a construção de um mundo melhor para todos os povos e nações. Entre os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável estabelecidos pelas Nações Unidas estão a redução das desigualdades, erradicação da pobreza e ações contra as mudanças climáticas.
Geledés – Instituto da Mulher Negra, que integra o GT da agenda no Brasil, participou do evento e destacou o fundamental papel do país e a importância de garantir o compromisso com o enfrentamento ao racismo e sexismo, valorizar as práticas das comunidades negras, indígenas e quilombolas na resistência da crise climática e preservação ambiental.
“Nessa participação pudemos compartilhar um pouco do contexto das mulheres rurais, em especial quilombolas e outras comunidades tradicionais e seu papel fundamental na manutenção da identidade cultural e sua dimensão no ativismo ambiental e preservação, bem como o nível de vulnerabilidade em que estão por estarem na linha de frente”, afirma Letícia Leobet, assistente de projetos da área de educação e pesquisa de Geledés.
O instituto também contribuiu para a elaboração da declaração do mecanismo da sociedade civil da sociedade, que será apresentado no foro de alto nível em Nova York, nos Estados Unidos, em julho deste ano.
A expectativa de Geledés é que nos próximos passos da Agenda 2030 o desenvolvimento sustentável esteja cada vez mais alinhado com o compromisso de enfrentamento ao racismo, além de ampliar a participação das populações mais vulnerabilizadas no debate.
“Temos que pressionar junto ao GT a institucionalização dos objetivos de desenvolvimento sustentável pelo governo federal por meio da recriação da comissão para o tema e marcos legais que garantam a efetivação do compromisso com a agenda. Além disso, fortalecer a territorialização dos objetivos reconhecendo o potente papel dos municípios para o avanço das metas e democratizar a discussão sobre desenvolvimento sustentável de modo a dialogar com as realidades e questões estruturais existentes na sociedade brasileira”, reforçou Leobet.