Angola

Foto: Rodrigo Cabrita/Global Imagens

Fonte: Alô Escola – TV Cultura

Foto: Rodrigo Cabrita/Global Imagens

Outro país que só conheceu a independência nos anos 70 foi Angola. Ali, a presença de Portugal foi particularmente marcada pelo tráfico de escravos, a principal atividade comercial até meados do século XIX. No total, cerca de 3 milhões de angolanos foram vendidos, a maioria para o Brasil. Somente no século XX é que Portugal passou a considerar Angola uma colônia de povoamento. Quando o país conquistou a independência, em 1975, havia 350 mil colonos portugueses em Angola, ou 6% da população.

A luta pela independência em Angola teve início na década de 60. A rebelião anticolonial se expressava através de três grupos rivais. Os principais eram o Movimento Popular de Libertação de Angola, MPLA, e a União Nacional para a Independência Total de Angola, UNITA. A rivalidade entre os grupos resultou em luta armada após a Revolução dos Cravos. O apoio estrangeiro a cada facção em luta espelhava claramente a Guerra Fria na África. A Unita recebeu ajuda dos Estados Unidos, da França e da África do Sul, enquanto o MPLA teve o auxílio soviético e cubano. Em outubro de 75, a África do Sul enviou tropas para lutar em Angola, ao lado da Unita. A ofensiva contra a capital Luanda foi detida pela chegada de soldados cubanos, a pedido do MPLA. O governo sul-africano justificou o ataque alegando que Angola fornecia armas aos guerrilheiros da vizinha Namíbia, um país pequeno mas rico em ouro e outros minerais. Na verdade, a África do Sul queria deter o avanço de movimentos de esquerda no continente, avanço que poderia estimular a luta contra o apartheid sul-africano.

Em novembro de 75, Lisboa renunciou oficialmente ao controle da colônia e o MPLA proclamou a República Popular de Angola. Mas foi um difícil começo para a nova república: os colonos portugueses abandonaram o país, e com isso Angola perdeu praticamente toda sua mão de obra qualificada.

O novo governo tinha como presidente Agostinho Neto. Em 76, o MPLA assumiria o controle da maior parte do território e conquistaria o reconhecimento internacional. A Unita, liderada por Jonas Savimbi, prosseguiria a guerrilha com o apoio dos Estados Unidos. Em 1979, com a morte de Agostinho Neto, o novo presidente seria José Eduardo dos Santos.

Em 1988, um acordo entre Angola, Cuba e África do Sul fixou prazos para a independência da Namíbia, proclamada em março de 1990, e para a retirada das tropas cubanas, em maio de 91. No mesmo mês, um novo acordo entre o governo e a Unita estabeleceu a convocação de eleições democráticas, realizadas em setembro de 92. José Eduardo dos Santos foi confirmado presidente nas urnas, mas a Unita não aceitou o resultado e reiniciou a guerra civil. Os combates devastaram o país e provocaram a fome em grande escala. Segundo dados da ONU, 1,5 milhão de angolanos estavam ameaçados de morrer de inanição em 1993. Naquele ano, os Estados Unidos reconheceram o governo do MPLA e retiraram o apoio à Unita.

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