Após reivindicação do movimento negro, sítio arqueológico no centro do Rio será preservado

Marcos de Paula / Agência O Globo

Diferente das ossadas humanas descobertas durante escavações próximas à Igreja de São Joaquim, no centro do Rio, que estão sendo removidas do local, a herança da escravidão de africanos no Largo de Santa Rita, a metros de distância do primeiro ponto, não será remexida.

Por Lígia Souto, do EBC

Foto: Marcos de Paula / Agência O Globo

O antigo cemitério dos pretos novos, situado abaixo do traçado da Linha 3 do Veículo Leve Sobre Trilhos, deve permanecer intacto. Graças aos apelos feitos pelo movimento negro, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a concessionária do VLT modificaram o projeto.

 

O presidente do Conselho Estadual dos Direitos do Negro, Luiz Eduardo Oliveira Negrogun, explica que a decisão de preservação dos corpos no local foi tomada pelo grupo de trabalho formado por diversos órgãos, além de integrantes da Comissão da Pequena África.

 

O VLT vai passar na porta da igreja de Santa Rita e em cima do antigo cemitério, onde eram sepultados os negros escravizados, recém-chegados da África. Apesar disso, Negrogun afirma que é sinal de respeito preservar o espaço de referência para a ancestralidade africana.

 

As 15 ossadas descobertas na área da Igreja de São Joaquim provavelmente pertenciam à elite social do Rio Antigo. Além desses dois tesouros arqueológicos, no trecho de um quilômetro das obras do VLT, foi encontrado ainda um outro sítio,  entre as ruas Camerino e a Visconde da Gávea.

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