Este relatório visa apresentar uma aproximação reflexiva sobre a vivência com as crianças de terreiro, por meio da escrita narrativa dialógica. Adotamos uma perspectiva pedagógica que se construiu a partir de mini-histórias oriundas dos
diálogos estabelecidos com as crianças no espaço do Ilê -Instituto Doné Eleonora.
Nós, duas pedagogas negras — uma já graduada e a outra em fase final de formação —, recebemos o convite para conduzir
as atividades a serem desenvolvidas com as crianças do terreiro.
Desde o início do planejamento, nos dedicamos a uma fase de
intensa pesquisa, marcada por momentos de incerteza quanto
ao conteúdo e às abordagens mais adequadas para trabalhar
com essas crianças, visto que o espaço do terreiro era, até então, parcialmente desconhecido para nós. No entanto, um ponto
norteador se destacou ao longo do processo e nos guiou: antes
de pertencerem ao terreiro, essas crianças eram, acima de tudo, crianças.
Crianças que brincam, correm, questionam e espalham sua alegria e sabedoria por onde passam.
A partir desse princípio, estruturamos as atividades com base em questões centrais que nos ajudaram a compreender melhor o universo dessas crianças
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