Composição: Paulo Cesar Pinheiro e Mauro Duarte Interpretação: Clara Nunes
Música do LP “Clara” de 1974, de Clara Nunes. Nascida em 12/09/1942 na cidade de Caetanópolis MG, Clara desde cedo demonstrou muito gosto por música e canto.
Venceu concursos de calouros e foi contratada pela Radio Inconfidência de Belo Horizonte. Trabalhou como cantora em boates, inclusive tendo como baixista Milton Nascimento.
Em 1963 foi contratada pela TV Itacolomi apresentando o programa “Clara Nunes apresenta”. Pelo seu grande sucesso, em 1965 foi para o Rio de Janeiro atuando em vários programas de TV, cantando vários gêneros de músicas.
Em 1966 gravou seu primeiro LP, com predominência de sambas.
Em 1968 gravou seu segundo LP “Você passa eu acho graça” mesmo nome da principal música; foi uma das melhores cantoras de samba fazendo muito sucesso em disco, rádio e TV.
Seus discos de maior sucesso foram: “A beleza que canta”, “Alvorecer”, “Brasileiro profissão esperança”, “Canto das três raças”, “Guerreira”, “Brasil mestiço” entre outros; formou juntamente com Alcione e Beth Carvalho o triunvirato “ABC do Samba” como os críticos musicais chamavam as três melhores cantoras de samba do Brasil nos anos 70.
Em 1975 seu LP “Claridade” vendeu 300.000 cópias, principalmente graças ao grande suceso dos sambas “Conto de Areia” de Romildo S. Bastos e Toninho Nascimento, “Juízo Final” de Nelson Cavaquinho e Elcio Soares e “O mar serenou” de Candeia. Essa expressiva marca para a época, acabou com o tabu que cantora não vendia disco no Brasi. Clara participou de inúmeros shows musicais no Brasil e no exterior. Foi protagonista de uma carreira brilhante e cheia de sucesso.
Em 1974 estrelou ao lado do ator Paulo Gracindo o espetáculo “Brasileiro Profissão Esperança” inspirado na vida da cantora e compositora Dolores Duran e do compositor e jornalista Antonio Maria tendo permanecido em cartaz no Canecão no Rio de Janeiro quase um ano, dando orígem a um LP homônimo; no mesmo ano representou o Brasil no Festival do Midem, em Cannes na França. Foi casada com o poeta, compositor e produtor Paulo Cesar Pinheiro. Faleceu precocemente em 1983 depois de 21 dias de UTI, por causa de complicações após cirurgia, mas seu nome estará eternamente ligado ao samba como uma de suas mais brilhantes cantoras.
Ninguém ouviu
Um soluçar de dor
No canto do Brasil
Um lamento triste sempre ecoou
Desde que o índio guerreiro
Foi pro cativeiro
E de lá cantou
Negro entoou
Um canto de revolta pelos ares
Do quilombo dos palmares
Onde se refugiou
Fora a luta dos inconfidentes
Pela quebra das correntes
Nada adiantou
E de guerra em paz, de paz em guerra
Todo povo dessa terra
quando pode cantar, canta de dor
ôôôôôô
ôôôôôô ôô
E ecoa noite e dia
É ensurdecedor
Aí, mas que agonia
O canto do trabalhador
Esse canto que devia
Ser um canto de alegria
Soa apenas como um soluçar de dor
ôôôôôô
ôôôôôô ôô
ôôôôôô
ôôôôôô ôô
Ninguém ouviu
Um soluçar de dor
No canto do Brasil
Um lamento triste sempre ecoou
Desde que o índio guerreiro
Foi pro cativeiro
E de lá cantou
Negro entoou
Um canto de revolta pelos ares
Do quilombo dos palmares
Onde se refugiou
Fora a luta dos inconfidentes
Pela quebra das correntes
Nada adiantou
E de guerra em paz, de paz em guerra
Todo povo dessa terra
quando pode cantar, canta de dor
ôôôôôô
ôôôôôô ôô
ôôôôôô
ôôôôôô ôô
E ecoa noite e dia
É ensurdecedor
Aí, mas que agonia
O canto do trabalhador
Esse canto que devia
Ser um canto de alegria
Soa apenas como um soluçar de dor
ôôôôôô
ôôôôôô ôô
ôôôôôô
ôôôôôô ôô
ôôôôôô
ôôôôôô ôô
ôôôôôô
ôôôôôô ôô