Como ‘saiaços’ se tornaram arma para debater igualdade de gênero nas escolas

No ano passado, o professor Vitor Pelegrin, 30, participou de um desfile de 7 de Setembro usando um adereço que o distinguia dos demais homens presentes: uma saia. Segundo ele, a escolha do vestuário provocou recentemente seu afastamento da escola municipal Caic Zeferino Vaz, em Campinas (a 93 km de São Paulo).

Por Felipe Souza Do BBC

A prefeitura, por outro lado, afirma que o afastamento de Pelegrin, há duas semanas, ocorreu porque ele queria discutir sua atuação no desfile, em vez de planejar o ano letivo com os outros professores.

Na ocasião, Pelegrin e outra professora entraram no desfile dos estudantes com uma faixa de protesto para pedir igualdade de gênero: “Já raiou a liberdade”, dizia uma das frases estampadas. A Secretaria Municipal da Educação informou que a ação começou a ser investigada após pais e professores reclamarem do ato não programado.

É um entre diversos casos de “saiaços” que têm fomentado o debate sobre vestuário, liberdade de manifestação e igualdade de gênero em escolas. O afastamento de Pelegrin, no dia 18 de março, desencadeou uma série de manifestações, e os alunos passaram a discutir o assunto nas redes sociais e expressar suas opiniões.

Houve desde quem criticasse o professor – alegando desrespeito às regras da escola ou exibicionismo da parte de Pelegrin – até quem aderisse ao protesto, fotografando-se de saia em sinal de apoio, com a hashtag #SaiaSemPreconceito.

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