Copa na África: Para acompanhar vuvuzela, makarapa

Na África do Sul, fanático por futebol que se preze não se limita a carregar uma vuvuzela para o estádio. Outro acessório adorado pelos torcedores locais é bem mais emblemático e criativo – e deve ajudar a colorir as arquibancadas a partir do jogo de abertura, na sexta-feira, entre o time da casa e o México. Trata-se da makarapa, um capacete de mineiro que é pintado e recortado ao gosto do torcedor.

O adereço surgiu na própria Johannesburgo, cidade cuja história é intimamente ligada à exploração do ouro pelos migrantes negros empregados pelas grandes companhias de mineração. O próprio termo makarapa era usado para se referir aos trabalhadores do interior que chegavam para servir de mão-de-obra nas minas.

baloyi

A criação é atribuída a Alfred “Lux” Baloyi (na foto acima), ex-faxineiro, hoje com 52 anos. Seguidor apaixonado dos Kaizer Chiefs, um dos clubes mais populares do país, Baloyi ganhou seu primeiro capacete de um amigo, depois de ver outro torcedor ser atingido na cabeça por uma garrafa arremessada na arquibancada. Para que a peça não destoasse do resto de sua indumentária dos Chiefs, decidiu decorá-la com as cores da equipe, amarelo e preto. Com o passar do tempo, confeccionou versões mais elaboradas, colando buzinas nos capacetes e recortando o plástico para dar novas formas à peça.

Baloyi começou a ficar conhecido e sua invenção começou a ser imitada. Hoje é impossível ir a um jogo de futebol na África do Sul sem ver alguém com uma makarapa. Baloyi acha que vai ficar rico por causa da Copa: decidiu abrir uma pequena fábrica para tentar produzir mais peças e aproveitar a atenção internacional para começar a exportar os capacetes. Decidiu parar de dar entrevistas: diz que está ocupado demais trabalhando na linha de produção, em Wynberg, bairro de Johannesburgo.

Fonte: Abril

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