Em Ribeirão Preto, abismo racial no ensino é profundo

Sala de aula. Foto: Freeimages

A pesquisa de Cristiano Pavini com dados do Ministério da Educação mostra que, na rede pública, a maioria dos alunos se declara negra; já a rede particular chega a ter apenas crianças brancas

No Jornal da USP

Sala de aula. Foto: Freeimages
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O que se observa na prática foi confirmado por um levantamento que considerou os dados do Censo Escolar 2018, disponibilizados pelo Ministério da Educação. O abismo racial no ensino público e privado em Ribeirão Preto existe e é profundo.

Na rede particular, os colégios chegam a ter apenas crianças declaradas brancas em todas as salas de aula. Na rede pública de ensino, a situação se inverte: a maioria dos alunos se declara negra, que é a soma dos alunos pardos e pretos. Essa realidade se verifica tanto no ensino fundamental quanto no ensino médio. O autor do estudo é o jornalista Cristiano Pavini, do Instituto Ribeirão 2030.

O jornalista analisou as causas dessa discrepância e diz que um dos motivos é a diferença de renda, mas também que isso não é tudo. A professora Débora Piotto, do Departamento de Educação, Informação e Comunicação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, analisou os dados do estudo feito por Pavini e diz que a questão racial é mais ampla e se tornou estrutural.

A professora, que coordena o Grupo de Estudos sobre Sucesso e Fracasso Escolar, chama a atenção para o fato de o Brasil ter escravizado os negros por mais de 300 anos, situação finalizada oficialmente há pouco mais de 100 anos, e cita o que tem sido feito para diminuir o racismo e, consequentemente, o abismo que separa brancos e negros, como as leis editadas nesse sentido.

Ouça no link acima a entrevista na íntegra.

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