Funcionário da Unimed acusa paciente de racismo

 

O técnico de enfermagem Jackson Bartolomeu Conceição, funcionário da Unimed, acusa a paciente Sebastiana Pereira Viana de destempero. Ele conta que ela decidiu agredi-lo com expressões racistas, além de tecer desaforos contra as profissionais de enfermagem da unidade, tudo sem motivos aparentes.

Segundo Jackson e as testemunhas da cena, que foram à polícia prestar uma queixa contra Sebastiana Viana, assim que recebeu atendimento da médica de plantão, Márcia Calheiros, a paciente dirigiu-se ao setor de medicamentos e de forma austera, jogou o prontuário no rosto do técnico, exigindo atendimento imediato.

As medicações intravenosas prescritas pela médica a Sebastiana Viana teriam que ser, segundo a paciente, aplicadas sem provocar dor. Caso contrário, ameaçou a mulher, o profissional receberia um chute. Calmamente o técnico rebateu a exigência, afirmando que não poderia garantir que ao aplicar as duas injeções a paciente não sofreria. Apesar disso, Jackson consolou Sebastiana, dizendo que poderia amenizar seu sofrimento devido aos anos de prática fazendo esse tipo de procedimento.

No momento em que disse isso, Sebastiana devolveu. “Um nego desse, com esse tamanho, não aguenta uma brincadeira. Cheguei brincando e ele só falta me engolir”, a declaração seguida de outros desaforos, surpreendeu o técnico, os profissionais que estavam na sala, além dos pacientes, que ficaram surpresos com a reação de Sebastiana.

A técnica de enfermagem Jéssica Amorim Pereira testemunhou a cena e relatou na ficha de evolução da paciente que Sebastiana Viana estava “transparecendo uma fisionomia irritada, falando alto e consecutivamente”. Ao tentar amenizar o clima desconfortável, a profissional foi atacada pela paciente. “A senhora Sebastiana referiu-se a minha categoria profissional como uma raça que ela não gostava e que odiava quando uma mulher fazia a sua medicação”. O documento foi anexado na queixa, prestada no 1° DP da capital, dia 13 de junho, mesmo dia da agressão.

Crime inafiançável

A assessoria Jurídica do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem (Sateal) deve entrar com ação por danos morais contra Sebastiana Pereira Viana. Segundo a advogada Mônica Carvalhal, o crime de racismo está previsto no Código Penal e é inafiançável, podendo levar o agressor a cumprir uma pena de até cinco anos de prisão, além das multas.

“É uma situação absurda, ainda mais no ambiente de trabalho, causando desconforto não só ao profissional, mas aos colegas, especialmente as mulheres, que foram atacadas sem motivo algum por essa senhora. Felizmente a reação da paciente contou com diversas testemunhas, que se prontificaram a ajudar, o que fará com que a Justiça aplique a pena devida, servindo de exemplo para que outras situações como esta sejam denunciadas”, ressaltou o presidente do Sateal, Mário Jorge Filho.

 

Fonte: Primeira Edição

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