Hoje na História, 12 de Maio de 1913 nascia Jamelão

José Bispo Clementino dos Santos, ou simplesmente Jamelão, foi um dos maiores cantores de samba de todos os tempos. Conhecido como a voz da Mangueira, Jamelão marcou época. Se fosse vivo, o sambista completaria 100 anos neste domingo, dia 12 de maio.

Mas a voz que arrastou multidões de mangueirenses e anônimos na avenida do samba do carnaval carioca se calou em junho de 2008. Seu último carnaval à frente da verde-rosa foi em 2006, quando os problemas de saúde se agravaram.

Jamelão deixou um legado para toda a música brasileira. Sua marca e influência vão além do universo das escolas de samba. “Jamelão tinha uma voz incomum”, disse Teresa Cristina.

Dono de um timbre invejável, Jamelão se consagrou como um dos maiores intérpretes de Lupicínio Rodrigues, com gravações memoráveis de músicas como Ela Disse-me Assim. Também foi compositor, com obras como “Quem samba fica” e “Tião motorista”.

Apesar de ter ficado à frente da Estação Primeira da Mangueira por 57 anos (de 1949 a 2006), não gostava de ser chamado de puxador de samba-enredo, mas sim de intérprete. Em cada canção que cantava, a emoção das experiências vividas, como ressalta Teresa Cristina.

Com uma imensa obra gravada, ele é referência obrigatória para novos músicos. “Se você quer ser um bom cantor, ouça Jamelão”, ensina a cantora

A chegada à Mangueira

jamelão sorriso

Nascido em São Cristovão, no Rio de Janeiro, Jamelão chegou à Mangueira tocando seu tamborim e logo se integrou à bateria da verde-rosa.  “Foi um presente de Deus”, afirmou Dona Neuma ao programa Eu Sou o Show, da antiga TVE-RJ. Ela conta que Jamelão ficou na bateria até surgir a oportunidade de substituir Cartola no vocal. Chegou a ser eleito presidente de Honra da Estação Primeira. “Um samba sem Jamelão não é samba”, afirma Dona Neuma.

Jamelão e a Orquestra Tabajara

A entrada de Jamelão na Orquestra Tabajara aconteceu por acaso. Segundo o maestro Severino Araújo, a orquestra queria ampliar seu repertório com músicas internacionais. Jamelão era quem vendia os arranjos que vinham dos Estados Unidos. “Eu não sabia que ele era cantor. Fizemos uma viagem para o norte e ele perguntou se poderia cantar na orquestra. Foi um estouro. Ele gravou Folha Morta, do Ary Barroso, e foi um sucesso extraordinário. De lá pra cá começou a gravar com a Tabajara”, contou o maestro ao programa Eu Sou o Show, da antiga TVE-RJ.

 

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Fonte: EBC

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