Marta destaca a luta das mulheres negras brasileiras na França

A vereadora Marta Rodrigues (PT) foi conferencista no Congresso Pan-Africano, de quarta-feira 31 de março até 3 de abril na França, nas cidades de Paris e Mantes-la-Jolie, representando a Câmara Municipal de Salvador na Conferência Preparatória do Ano Mundial do Renascimento Panafricano e no Encontro Euro e Afro-brasileiro. Os eventos fazem parte das atividades que marcam o “Ano Internacional dos Afrodescendentes”, declarado pela resolução da ONU para 2011

O objetivo, destaca Marta, foi estabelecer um diálogo intercultural, assim como facilitar as relações entre os diversos atores da sociedade civil, da politica, economia e cultural no Brasil, da Europa e da diáspora africana na Europa. Três eixos nortearam os debates: Intercâmbio cultural entre o Brasil, a Europa e a Diáspora Africana na Europa; alianças políticas e cooperação internacional e intercâmbios comercial.

A comitiva brasileira, que contou também com a prefeita de S. Francisco do Conde, Rilza Valentim, e com a deputada federal Benedita da Silva, ambas petistas, foi recebida por representantes da Prefeitura de Paris, da Unesco e do município francês de Mantes-la-Jolie.

Após agenda extensa, com visitas, reuniões e audiências com membros das prefeituras de Paris e de Mantes-La-Jolie, personalidades politicas e de negócios africanas e o movimento contra o racismo e pela amizade entre os povos, no sábado, a Conferência Preparatória no Ano Mundial do Renascimento Panafricano debateu a situação da população negra no mundo contemporâneo, como se tem avançado na direção da superação das desigualdades. A partir do debate, foi estabelecido o alicerce preliminar necessário a construção do “Ano Mundial do Renascimento Panafricano”.

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Para abertura, falaram a presidente da Associação França Bahia, Jurema Nascimento, seguida pela deputada federal Benedita da Silva, por Mawete Makisosila do Congo, Deva Koumarene Villeroy da Índia, presidente do clube Diambars, ex-goleiro da França Bernard Lama, do coordenador da Coordenação Nacional da Entidades Negras, Gilbeto Leal, a prefeita de São Francisco do Conde, Rilza Valentim, e a vereadora Marta Rodrigues.

Em sua fala, a vereadora de toda Salvador afirmou a importância do diálogo intercultural com o Poder Legislativo. “Parte significativa da história das lutas negras teve no panafricanismo suas referências ideológicas, na defesa da identidade africana e na busca da orientação política pelas raízes do continente-mãe”. Marta lembra que o Pan-africanismo não nasceu na África, não foi idealizado nem dirigido nos primeiros anos por africanos. “Mesmo assim, e talvez por isso, tenha sido tão importante nas lutas emancipatórias ao redor do mundo e, no própria continente africano, para a libertação do neocolonismo imperialista – ainda hoje presente sob outras formas”, disse.

Vereadora, mulher e negra

Iluminada pelas teorias do panafricanismo, a vereadora partiu das noções de identidade, aprofundando o debate sobre as mulheres negras, “interseção de identidades na qual me incluo”. “Falo como mulher negra vereadora de uma cidade de maioria negra e também feminina, e onde as mulheres desempenham papel preponderante, porém anônimo, na formação cultural de nosso povo”. Ela sugere trabalhar a partir da educação formal, das mudanças promovidas pelas leis 10639 e 11645, no Brasil, com projeto de referência de Salvador, ainda hoje sem implementação.

Representante da Unesco, o presidente da Associação dos Administradores dos Conselhos do Senegal, Abdoulaye Baldé, na audiência com prefeitos das cidades do Senegal, convidou a todos para o Salão com os prefeitos senegaleses previsto para ser realizado em setembro em Dakar, capital do país.

Beijos homoafetivos.

 

Fonte: Marta Radrigues

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