Oficina Cultural Fred Navarro promove o Projeto Especial Olhos Negros

A Oficina Cultural Fred Navarro apresenta, de 4 a 29 de novembro, o Projeto Especial Olhos Negros, que tem como objetivo colaborar com a difusão e debate acerca da cultura, dos saberes e do histórico de contribuição da população negra à sociedade brasileira.

Karina França via Guest Post para o Portal Geledés

Abrangendo diferentes áreas, as atividades do projeto visam estimular a reflexão sobre a história e a importância da presença dos afrodescendentes na constituição cultural e socioeconômica do país, além de permitir um debate sobre a situação atual.

EXPOSIÇÃO: O OLHAR DOS ARTISTAS AFRODESCENDENTES DE RIO PRETO
Artistas: Cláudia Prestes, Daniel Firmino, Florêncio Duarte e Rodrigo Silva
4 a 29/11 – terças a sextas-feiras – 13h às 22h | sábados – 9h às 18h
Classificação: livre

A exposição pretende homenagear e reconhecer a arte negra rio-pretense, com obras que mostram o olhar de pintores afrodescendentes de nossa cidade acerca do Dia da Consciência Negra.

A artista visual Cláudia Prestes, formada pela UEL, é arte-educadora há 14 anos em instituições públicas e privadas de ensino. Pesquisadora de história, arte e cultura afro-brasileira, é membro do Grupo Dindara de Dança Afro e da diretoria executiva do Centro de Tradições Brasileiras de Rio Preto, além de conselheira da Associação Brasileira de Capoeira Regional Mestre Bimba.

Daniel Firmino coleciona prêmios desde seus primeiros contatos com a pintura: conquistou o primeiro lugar no Salão Paulista de Artes Contemporâneas e menção especial na 9ª Bienal Naïfs do Brasil 2008, em Piracicaba. Reconhecido primitivista urbano, é um dos fundadores da Associação Rio-pretense de Belas Artes.

Autodidata, de estilo primitivista, Florêncio Duarte pinta desde muito jovem e já participou de inúmeras exposições ao longo de sua carreira, como a 6ª Mostra de Arte Naïf e a exposição em comemoração ao dia da consciência negra (ambas realizadas no Sesi Rio Preto), e o VII Salão de Artes Plásticas de São José do Rio Preto.

Rodrigo Silva, influenciado por grandes pintores primitivistas, iniciou sua carreira na pintura aos sete anos de idade. Considerado uma das maiores revelações do cenário das artes plásticas da cidade, realizou a exposição “Sem Preconceitos”, no Museu de Arte Naïf de Rio Preto, e participou, dentre outras, da Sesi Pintura Ao Vivo. Suas telas retratam principalmente temas populares do cotidiano rural, manifestações religiosas e folclóricas.

CICLO DE FILMES: POR UM CINEMA NEGRO E FEMININO
Com um debatedor convidado a cada semana, o ciclo apresentará quatro filmes nacionais que pretendem difundir e debater a cultura africana sob uma ótica específica: a da mulher negra. Assim, buscam-se diferentes narrativas que, a partir dos pontos de vista e das vozes femininas negras, sejam capazes de mostrar histórias de lutas, resistências, protagonismos, sonhos, afeto e memória.

5 a 26/11 – quartas-feiras – 19h às 22h
Público: interessados a partir de 16 anos
Seleção: primeiros inscritos
30 vagas por sessão

Programa:

Dia 5
25 de Julho: Feminismo Negro Contado Em 1º Pessoa
Debatedor: Galvão
Inscrições: 23/10 a 4/11

Por meio de entrevistas com mulheres negras moradoras da cidade de São Paulo, o documentário “25 de Julho: Feminismo Negro Contado Em 1º Pessoa” discute o significado do Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, tratando sobre o desconhecimento da data e das dificuldades de ser uma mulher negra na nossa sociedade machista e racista. O filme de Avelino Regicida obteve grande repercussão na mídia nacional e internacional, sendo exibido em diversos espaços culturais, eventos e cineclubes.

Galvão, militante do Movimento Negro, é formado em Ciências Sociais pela Uniceres e pós-graduado em Gestão de Políticas Públicas Sociais pela Faperp. Pesquisador da cultura negra, foi membro do Conselho Afro-brasileiro de São José do Rio Preto e, atualmente, é professor de história e sociologia nas redes municipal e estadual de ensino.

Dia 12
Cinderelas, Lobo e Um Príncipe Encantado
Debatedor: Galvão
Inscrições: 29/10 a 11/11

O filme trata das íntimas questões ligadas ao turismo sexual no Brasil e a dura realidade do tráfico internacional de pessoas. O diretor Joel Zito Araújo vai do nordeste brasileiro a Berlim, buscando entender os imaginários sexuais, raciais e de poder que envolvem este lucrativo comércio cujos alvos principais são mulheres (em sua maioria, negras), travestis e crianças.

Dia 19
Estamira
Debatedora: Maria Valéria Barbosa
Inscrições: 1 a 18/11

“Estamira”, dirigido por Marcos Prado, conta a história de uma mulher que sofre de distúrbios mentais e trabalha há mais de vinte anos no aterro sanitário do Jardim Gramacho, que recebe diariamente cerca de oito mil toneladas de lixo produzido no Rio de Janeiro. Com um discurso eloquente, filosófico e poético, a personagem central do documentário levanta de forma íntima questões como o destino do lixo produzido pelos habitantes de uma metrópole e os subterfúgios que a mente humana encontra para superar uma realidade insuportável de ser vivida.

Maria Valéria Barbosa é professora assistente da Unesp. Doutora pela mesma universidade, tem experiência na área de Educação, com ênfase em Sociologia da Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: negro e educação, política educacional, ensino de Sociologia e cidadania.

Dia 26
Filhas do Vento
Debatedora: Niminon Suzel
Inscrições: 13 a 25/11

Com o maior elenco negro de um filme nacional, “Filhas do Vento” faz um questionamento das relações pessoais e sociais que as personagens centrais, duas irmãs com sonhos diferentes, enfrentam. O diretor Joel Zito Araújo confronta o universo feminino com o modelo de cultura patriarcal, e mostra as dificuldades de inserção da negra na sociedade e na mídia.

Niminon Suzel, pós-doutora em Antropologia pela Unesp, é professora e pesquisadora em história, educação, antropologia e etno-história indígena. Representante do Conselho Estadual dos Povos Indígenas de São Paulo, leciona no Centro Universitário de Rio Preto – Unirp, onde coordena o curso de graduação em História, o programa Adote uma Aldeia e o projeto Brasil Negro Aristides dos Santos.

WORKSHOP DE DANÇA AFRO-BRASILEIRA
Coordenação: Olívia Justo e Cláudia Prestes
1/11 – sábado – 9 às 12h e 13h às 16h
Público: interessados a partir de 16 anos
Inscrições: até 29/10
Seleção: primeiros inscritos
20 vagas

O workshop propõe uma vivência das danças de influência predominantemente negras, como jongo e samba de roda, priorizando o ensino de passos e a preparação do corpo para as danças por meio de brincadeiras e imagens. Traz ainda conteúdos teóricos sobre os contextos de formação e resistência da dança afro-brasileira.

Olívia Justo, professora de educação física, desenvolve trabalhos relacionados à dança afro há mais de 20 anos. Militante assídua do movimento negro, fundou em 1992 o Grupo Dindara de Dança Afro e foi presidenta da Associação Cultural e Recreativa Riopretense, entidade que tem por finalidade a difusão cultural e a inclusão justa do negro na sociedade.

A artista visual Cláudia Prestes, formada pela UEL, é arte-educadora há 14 anos em instituições públicas e privadas de ensino. Pesquisadora de história, arte e cultura afro-brasileira, é membro do Grupo Dindara de Dança Afro e da diretoria executiva do Centro de Tradições Brasileiras de Rio Preto, além de conselheira da Associação Brasileira de Capoeira Regional Mestre Bimba.

PALESTRA: A INFLUÊNCIA AFRICANA NA MÚSICA POPULAR DAS AMÉRICAS
Palestrante: Nestor Lombida
22/11 – sábado – 9h às 13h
Público: músicos, artistas, educadores e demais interessados a partir de 16 anos
Inscrições: 1 a 20/11
Seleção: primeiros inscritos
20 vagas

O maestro Nestor Lombida falará sobre os laços histórico-culturais que unem África e América, demonstrando, com exemplos de blues, jazz, rock, funk e samba, como a forte presença da cultura e dos estilos musicais dos povos africanos contribuíram na formação da identidade musical das nações que compõem o continente americano.

Formado na Escola Nacional de Arte de Havana, o maestro Nestor Lombida é regente e arranjador da Big Band Palácio das Artes desde a criação do grupo. É, ainda, professor de Arranjo e Improvisação no Cefar e ministra oficinas em diversos festivais e escolas. Em Cuba, foi professor da Escola Nacional de Arte, dirigiu e regeu a Orquestra de Câmara da Televisão Cubana e foi diretor regional de Educação Artística do Ministério da Educação.

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