ONG denuncia participação de PMs em assassinatos e aluguel de caveirões na Maré

Fonte: O Dia Online –

Mais de 50 pessoas teriam sido mortos em quatro meses de confrontos na região

 

 

Rio – A ONG Justiça Global enviou nesta segunda-feira um ofício à Secretaria de Segurança Pública do Rio denunciando a prática de aluguel de carros blindados da PM. O documento pede investigação sobre a atuação policial em comunidades da Maré, na Zona Norte, e traz anexado um manifesto assinado por cerca de 200 pessoas e dezenas de organizações da sociedade civil e movimentos sociais.

O texto do manifesto faz referência às constantes trocas de tiros que têm ocorrido na Maré há quase cinco meses, desde que, em uma ação que teve a participação ativa de policiais e o aluguel de caveirões a uma facção criminosa, foi iniciada uma disputa entre traficantes.

De acordo com o documento, um levantamento feito por moradores dá conta de que, apesar da pouca divulgação nos meios de comunicação, até setembro mais de cinqüenta pessoas teriam sido mortas nos conflitos. No início do mês, o governo estadual e o Ministério Público do Rio já haviam sido igualmente oficiados.

O ofício ressalta ainda que a violência das políticas de segurança que desconsideram a vida do morador de favela. O envio do docuumento é feito apenas dois dias depois que um confronto entre traficantes em favelas de Vila Isabel priocou pânico entre moradores da região e deixou mais de 15 mortos.

A documento ressalta que os conflitos entre grupos armados na Maré e o aluguel de caveirões já haviam sido denunciados reiteradamente pelos próprios moradores, porém sem a devida atenção das autoridades. No início de junho, a Secretaria de Segurança chegou a soltar uma nota desqualificando as denúncias de que policiais militares participaram da invasão à favela Vila dos Pinheiros.

De acordo com a ONG Justiça Global, o objetivo da entrega do documento é sintetizar os diversos relatos e denúncias ouvidos de dezenas de moradores desde o início dos confrontos, no dia 30 de maio de 2009, e cobrar uma rigorosa e célere investigação das denúncias.

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