Alain Lisboa
Corporação espera parecer da corregedoria para definir sobre afastamento.
Ontem, a professora universitária e o administrador, apoiados por movimentos de promoção à igualdade racial e religiosos, levaram suas queixas à audiência com o procurador geral do Ministério Público Estadual, Sérgio Jucá, no intuito de garantir a imparcialidade da apuração dos fatos por parte da polícia.
“Não que eles não tenham sido recepcionados na polícia. Acontece que, com o Ministério Público acompanhando de perto, eles se sentem um pouco mais seguros em relação à apuração dos objetivos denunciados”, disse o advogado do casal, Alberto Jorge Ferreira.
Indicado pelo advogado e pela vereadora Teresa Nelma, que também participou da audiência, o promotor de justiça Flávio Gomes da Costa, da promotoria de Direitos Humanos, foi escolhido por Sérgio Jucá para acompanhar de perto o caso.
“Depois de termos ouvido dela [Franqueline] que ela havia sido vítima de abuso e de racismo, fato narrado a representantes do movimento negro, advogados, representantes da câmara de vereadores e Secretaria Estadual de Direitos Humanos, levaram meu nome. Também por conta da minha história e a promotoria a qual estou vinculado”, disse o promotor, que deve ser nomeado através de portaria na próxima quarta-feira.
Ausência
O comandante geral da Polícia Militar de Alagoas, coronel Dimas Barros, e o corregedor-geral da Polícia Militar, coronel Louvercy Monteiro disseram que não sabiam da audiência e por isso ninguém da corporação esteve no local.
“Estou surpreso. Se soubesse e tivesse sido convidado, estaríamos lá com certeza porque a PM não concorda de maneira alguma com o tipo de comportamento apresentado pelos policiais”, disse o coronel Louvercy. Ele também garantiu que os policiais reconhecidos por fotos pelo casal já foram identificados, mas até o momento nenhum deles foi afastado de suas funções.
“Estou aguardando a corregedoria me passar um posicionamento em relação à identificação das pessoas. Quanto à questão de afastamento, a gente não tomou nenhuma decisão porque primeiro temos que ter essa confirmação de quantos policiais participaram e quem são eles. Tudo tem que ficar esclarecido, para que não haja injustiça. A corregedoria está apurando isso e esperamos estar em breve com o resultado pra dar uma resposta tanto para o casal, como para a sociedade”, concluiu o comandante geral, Dimas Barros.
Fonte: Tribuna Hoje