Saiba mais sobre Joseph Kony e o Exército de Resistência do Senhor

Viral ‘Kony 2012’ trouxe à tona figura de líder guerrilheiro procurado por TPI por crimes cometidos na África desde 1986

Carolina Cimenti

Desde seu lançamento em 5 de março, “Kony 2012” se transformou no viral mais bem-sucedido da internet. Até 13 de abril, o número de visualizações do vídeo da ONG Invisible Children (Crianças Invisíveis, em inglês), que denuncia o uso de menores como soldados pelo Exército de Resistência do Senhor, comandado pelo líder guerrilheiro Joseph Kony, superava os 180 milhões. Veja abaixo mais informações sobre Kony e seu grupo militante.

Quem e o quê?

Joseph Kony é o líder do grupo de guerrilha Exército de Resistência do Senhor (ERS). Kony é um cristão fundamentalista, que se denomina enviado e porta-voz de Deus. Desde 1987, ele e seu exército são considerados responsáveis pelo sequestro e recrutamento forçado de entre 40 mil e 50 mil crianças e pela desalojamento de cerca de 1 milhão de pessoas na África Central ao longo dos últimos 25 anos.

Desde outubro de 2005, o Tribunal Penal Internacional (TPI) tem um mandado de prisão contra Kony por diversas violações aos direitos humanos, incluindo assassinato, sequestro, mutilação, escravização sexual e por forçar crianças a virar soldados de guerra. O ERS é considerado uma organização terrorista pelo governo americano desde 2001.

Por que e como?

Entre 1986 e 1987, Kony criou seu exército religioso como parte de uma guerra por poder entre diversas tribos do norte da Uganda. Mas, além da busca pelo poder, Kony também afirmava falar com Deus e com outros espíritos e pretendia transformar o país em uma teocracia, ou seja, um Estado regido por leis religiosas.

O ERS demorou um tempo para crescer em número e se tornar influente. No início, a organização era vista como um grupo de loucos que atacavam com os soldados marchando em forma de cruz e jogando água benta nas pessoas.

Com o passar dos anos, enquanto diversos políticos eram afastados do governo e autoridades eram destituídas em Uganda, alguns militares e políticos importantes se juntaram a Kony e o convenceram a utilizar técnicas de guerra mais violentas. A nova estratégia deu resultado, e o exército de Kony cresceu.

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Kony e seus homens passaram a invadir mercados e vilarejos, atuando de forma violenta. Eles roubavam e matavam dezenas de adultos, deixando as crianças órfãs e sem ter aonde ir. Assim, sem opção, acabavam se juntando ao exército daquele que mandou matar suas famílias. Às vezes, Kony forçava as crianças a matar seus parentes antes de transformá-las em soldados. As meninas também se tornavam soldadas ou escravas sexuais dos homens de Kony.

Desde que Kony e seu exército deixaram a Uganda, em 2006, essas práticas diminuíram. Eles ainda saqueiam vilarejos, roubam e matam civis, porém em uma escala muito menor.

Quando e onde?

Kony começou a formar o seu exército em 1986. A organização atingiu seu ápice no fim dos anos 90 e, com o fim da guerra no norte de Uganda em 2006, perdeu forças. Atualmente acredita-se que ele e seu grupo de cerca de 200 homens vivam separados em três grandes grupos, escondidos nas florestas entre a República Democrática do Congo, a República da África Central e o recém-criado Sudão do Sul, três países pobres e com governos pouco democráticos.

Assista ao vídeo sobre Joseph Kony (versão no TouTube com legendas em português):


Fonte: iG

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