Salgueiro usa ‘black face’ em integrantes da escola

Integrantes da bateria do Salgueiro desfilam com o rosto pintado de preto, a 'black face' Foto: Márcio Alves / Agência O Globo

Quarta escola a desfilar nesta segunda-feira, o Salgueiro já entrou na Avenida causando polêmica nas redes sociais. Com o enredo “Senhoras do Ventre do Mundo”, que celebra a história da mulher negra, a escola pintou com tinta preta o rosto dos integrantes da comissão de frente. Conhecida como ‘black face’, a prática era usada no século XIX por atores brancos para representar negros, que eram proibidos de participar de peças teatrais.

Do Extra 

Integrantes da bateria do Salgueiro desfilam com o rosto pintado de preto, a ‘black face’ Foto: Márcio Alves / Agência O Globo

Já nos primeiros minutos de desfile, a caracterização repercutia negativamente nas redes sociais. “É impossível que não tenha tido uma pessoa com bom senso no Salgueiro para dizer que ‘bom, talvez não seja uma boa ideia a gente fazer black face'”, comentou um internauta.

Coreógrafo da comissão de frente do Salgueiro, Hélio Bejani Foto: Igor Ricardo/Agência O Globo

Já a comissão de frente salgueirense entrou ainda em outra polêmica: escalaram homens para representar mulheres. Mas o coreógrafo Hélio Bejani disse que não quis motivar reações negativas. Segundo ele, a escolha foi uma decisão conjunta com o carnavalesco, Alex de Souza:

– Não quero polêmica. Isso é uma manifestação artística, temos licença poética. O enredo é afro. E é um afro mais histórico. Precisávamos dessas feições mais escuras. Por isso, decidimos pela pintura e por usar homens representando mulheres. Queria dar uma robustez. A maquiagem era a única forma de conseguir o tom certo.

Para a presidente do Salgueiro, Regina Celi, a pintura fazia parte da concepção do enredo:

– Estava na leitura do carnavalesco, tinha que ser assim.

 

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