Histórias Negras, Narrativas Brancas
Dias atrás estive numa aula da pós graduação da Faculdade de Medicina da Usp em que um professor – importante dentro da instituição pelo papel contra-hegemônico de denúncia que desempenha – contou sobre o “menino” negro que havia conquistado a única vaga de professor numa universidade estadual em São Paulo. O professor, que foi banca do processo seletivo, relatou minutos a fio sobre ter notado a história magnífica do menino preto periférico que venceu todos as barreiras sendo sempre o melhor em tudo. Narrou que no concurso, depois de superar 42 concorrentes, chegou a última etapa concorrendo com uma mulher branca, “filha da casa”, com uma diferença superior de 0,1 ponto em relação a ela. Por Mônica Gonçalves Mendes Do Alma Preta Enquanto para os membros da banca a diferença justificava a revisão das notas e do processo seletivo – e, não sejamos ingênuos, a entrada da menina – para ele ...
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