Unicamp vota mudanças na 2ª fase do vestibular 2020 com expectativa de reduzir abstenção

Estudantes durante a 2ª fase da Unicamp, em Campinas — Foto: Antoninho Perri / Unicamp

Coordenador executivo da Comvest, José Alves Freitas Neto diz que proposta busca isonomia na seleção e alcançar índice de abstenção inferior a 10%. Neste ano, número de ausentes foi o maior em três anos.

Por Fernando Pacífico, G1 

Estudantes durante a 2ª fase da Unicamp, em Campinas — Foto: Antoninho Perri / Unicamp

A Unicamp decide na manhã desta quinta-feira (14) se aprova mudanças no formato da segunda fase do vestibular, a partir da edição 2020, incluindo a redução do número de dias e a divisão de conteúdos conforme a carreira escolhida pelo candidato. Segundo o coordenador executivo da comissão organizadora do exame (Comvest), José Alves Freitas Neto, o objetivo é aplicar uma seleção mais qualificada e moderna, e fazer com que o índice de abstenção seja inferior a 10%.

O processo até a edição deste ano foi dividido em três dias e todos os estudantes classificados para esta etapa, independentemente do curso de graduação pretendido, respondem às mesmas questões.

A proposta a ser votada pela Câmara Deliberativa do Vestibular sugere diminuição para dois dias:

  1. redação, português, matemática e interdisciplinares para todos os candidatos;
  2. questões aprofundadas por área escolhida: saúde/biológicas; exatas/engenharias/tecnológicas; humanidades e artes.

O coordenador avalia que a disputa deve valorizar os conhecimentos dos estudantes nas áreas de atuação que planejam seguir e, com isso, a prova poderá ser mais exigente com o direcionamento específico.

Segundo ele, a Unicamp é a única universidade que cobrou, até 2019, o mesmo conteúdo de todos os estudantes classificados para uma segunda fase do processo.

“Fizemos um primeiro esforço de mudar as formas de ingresso e, a partir de agora, potencializar o melhor desempenho dos candidatos tanto na interpretação de temas contemporâneos, quanto nos conhecimentos nas áreas que estão escolhendo. Para que o processo seja o mais isonômico possível, temos que realizar provas em que os candidatos não tenham domínio sobre todos os assuntos, mas que tenham clareza de certos perfis de interpretação, tanto pela linguagem quanto pelo raciocínio matemático, como pela interdisciplinaridade”, explica Freitas Neto.

Redação, tempo e 1ª fase

Segundo a Comvest, a proposta em discussão prevê continuidade da redação na segunda fase e cada prova passaria a ter duração máxima de cinco horas.

Além disso, o professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) salienta que a primeira etapa será mantida no formato atual, com exigência de conhecimentos gerais em todas as disciplinas ministradas no ensino médio.

Foco na abstenção

Para o coordenador, o novo formato deve diminuir a “sobrecarga” sobre os candidatos que realizam uma maratona de provas nos primeiros dias do ano. O vestibular 2019 foi aplicado entre os dias 13 e 15 de janeiro, e terminou com abstenção de 14,3%, o maior índice em três anos.

“Não temos previsão do aumento de inscritos, mas, esperamos diminuir a abstenção. Ficar abaixo de 10%, uma redução significativa”, destaca Freitas Neto ao ponderar sobre os últimos resultados.

 

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