Abdias Nascimento repousa no Quilombo dos Palmares junto à árvore sagrada: Iroko

Abdias Nascimento repousa em história e memória, desde 13 de novembro de 2011, na Serra da Barriga, e em seu nome foram plantadas duas árvores significativas para a população negra : o Baobá símbolo da resistência africana e o Iroko a árvore sagrada.

Abdias Nascimento é referência e referendado por sua luta, sem trégua, pela valorização da nossa história negra brasileira. Aqui e alhures.

No lugar em que hoje repousa o grande estadista negro será construído, pela Fundação Cultural Palmares, o Espaço Abdias Nascimento.

Espaço de estudo e multiplicação de conhecimentos narrados pela voz do grande Abdias.

E para que conheçamos um pouco mais da origem do Iroko socializamos o texto abaixo que Destemida Yara, em boa hora, postou no facebook:

Iroko é um Orixá muito antigo. Iroko foi à primeira árvore plantada e pela qual todos os restantes Orixás desceram à Terra. Iroko é a própria representação da dimensão Tempo. Iroko é o comandante de todas as árvores sagradas, o vanguardeiro, os demais Osa Iggi devem-lhe obediência porque só ele é Iggi Olórun, a árvore do Senhor do Céu.

Iroko, Iroco ou Roko (do iorubá Íròkò) é um orixá cultuado no candomblé do Brasil pela nação Ketu e, como Loko, pela nação Jeje. Corresponde ao Inquice Tempo na nação Angola ou Congo.

Em todas as reuniões dos Orixás está sempre presente Iroko, calado num canto, anotando todas as decisões que implicam directamente na sua acção eterna. É um Orixá pouco conhecido dos seres vivos ou mortos, nascidos ou por nascer. Toda a criação está nos seus desígnios.

É o Orixá Iroko, implacável e inexorável, que governa o Tempo e o Espaço, que acompanha, e cobra, o cumprimento do Karma de cada um de nós, determinando o início e o fim de tudo.

Conhecido e respeitado na Mesopotâmia e Babilónia como Enki, o Leão Alado, que acompanha todos os seres do nascimento ao infinito; cultuado no Egipto como Anúbis, o deus Chacal que determina a caminhada infinita dos seres desde o nascimento até atravessar o Vale da Morte. Também venerado como Teotihacan entre os Incas e Viracocha entre os Maias como o Senhor do Início e do Fim; também presente no Panteão Grego e Romano, onde era conhecido e respeitado como Cronus, o Senhor do Tempo e do Espaço, que abriga e conduz a todos inexoravelmente ao caminho da Eternidade.

É o Tempo também das mudanças climáticas, as variações do tempo-clima. Guardião das florestas centenárias é o coletivo das árvores grandiosas, guardião da ancestralidade.

 

 

 

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