Americanos interessados na região criticam declarações de presidente

Políticos e diplomatas americanos consultados pela Folha se disseram ontem “decepcionados” com as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre prisões políticas em Cuba. O deputado democrata Eliot Engel, presidente da subcomissão de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes para o hemisfério Ocidental, afirmou que “foi um comentário bobo”.

“Sou um grande admirador do Brasil, mas o governo Lula adotou alguns caminhos errados”, afirmou à Folha durante audiência pública na Câmara sobre as políticas dos EUA para a América Latina. Ele se referia não só a Cuba mas à aproximação do Brasil com o Irã, alvo de várias críticas na audiência.

Otto Reich, diplomata linha-dura e ex-número um do Departamento de Estado para a América Latina que depôs na audiência, também afirmou estar “profundamente desapontado” com Lula. “Ele foi perseguido politicamente no passado, e isso não faz dele um criminoso comum. Acho que falou por ignorância no tema, não por maldade.”

 

Na mesma ocasião, o número um do Departamento de Estado dos EUA para a América Latina, Arturo Valenzuela, apesar de não oferecer resposta direta aos comentários de Lula, criticou os direitos humanos em Cuba -em uma disparidade de posições que ameaça transformar o tema em mais um flanco de discordâncias entre Brasília e Washington.

“Continuamos profundamente preocupados com a situação dos direitos humanos em Cuba, que contribuíram para a recente morte do preso de consciência Orlando Zapata como resultado de uma greve de fome”, disse.
Por fim, funcionários do governo dos EUA consultados pela Folha rejeitaram a comparação feita por Lula entre criminosos comuns em São Paulo e presos políticos cubanos. Segundo eles, a fala foi no mínimo imprecisa, e é o desejo de Washington que todos os países próximos a Cuba abordem com o país a questão dos direitos humanos na ilha.

 

Fonte: Folha de São Paulo

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