Caminhada lésbica pede fim da discriminação em SP

Centenas de pessoas participaram na tarde de sábado de uma caminhada na avenida Paulista, em São Paulo, para lutar por políticas públicas voltadas para mulheres lésbicas e bissexuais. A caminhada, organizada pela Liga Brasileira de Lésbicas (LBL), é parte das comemorações previstas na Parada Gay, que acontece neste domingo na capital paulista.

“É o sexto ano consecutivo que as mulheres saem às ruas para quebrar a invisibilidade que lésbicas e bissexuais têm na sociedade, no movimento e nas políticas públicas”, disse Lurdinha Rodrigues, integrante da LBL.

O lema da caminhada este ano – Ser Lésbica é um Direito. Nem Igreja, Nem Mercado, Nosso Corpo nos Pertence. Por um Estado Laico de Fato – pretende chamar a atenção para a defesa de um Estado independente, “que não aceite pressões do mercado nem da igreja, mas que trabalhe para a construção de uma sociedade livre, justa e igualitária”.

“Queremos exigir políticas específicas que garantam o acesso ao atendimento de saúde sem discriminação para que as lésbicas não tenham constrangimento de dizer que são lésbicas quando vão ao ginecologista e que tenhamos uma sociedade que acolha a diversidade humana”, afirmou Rodrigues.

A caminhada foi acompanhada pelo cabeleireiro Jack Nil Biscardi Mascarenhas Russo e pelo enfermeiro Clóvis Ribeiro, de Porto Alegre. Pela segunda vez, os amigos participam da caminhada e, agora, vieram fantasiados.

“Voltamos para dizer que somos todos iguais. Não interessa sexo ou religião”, disse Russo, cuja fantasia representava as metades de uma mulher e de um homem.

“Isso é para dizer somente que existem homens e mulheres e mais nada. Ou seja: você pode ser homem ou mulher na hora em que quiser, dentro sempre do respeito pelo outro e do seu limite. Pagamos impostos como qualquer um e temos o direito de ir e vir e fazer aquilo que quisermos, sem prejudicar o outro”, afirmou o cabeleireiro.

A escritora lésbica Ma Palas também participa da caminhada pela segunda vez. “Participo porque é a primeira vez em que acho que todo mundo deve parar um pouquinho e respeitar o próximo e sua diversidade”, disse.

Segundo ela, pelo menos durante a caminhada, as pessoas não provocam as outras por serem lésbicas, “o que não acontece durante o ano inteirinho”.

Para ela, são duas as razões principais que levam as pessoas a discriminar outras como, por exemplo, as lésbicas: “falta de informação, já que ser lésbica ou homossexual não é doença, e também por causa de uma posição muito forte da igreja e do Estado, que acham que casal certo é aquele que é formado por papai, mamãe e filhinho”.

Agência Brasil

+ sobre o tema

Três mulheres se casam e esperam uma filha

Trio teve ajuda de um advogado para conseguir se...

Ministra reivindica votação de projeto de lei que iguala mulheres e homens no mercado

Iriny Lopes, da Secretaria de Políticas para as Mulheres...

Advogado acusado de abuso no metrô é afastado

O homem é acusado de abusar sexualmente de uma...

Conectas cobra apuração rígida de mortes provocadas por ação da PM

Operação em Paraisópolis evidencia descaso da segurança pública com...

para lembrar

Magno Malta quer revogação de portaria que oficializa aborto

O senador Magno Malta (PR-ES) anunciou em Plenário, nesta...

STJ define futuro legal de casais homossexuais

Colegiado formado por dez ministros vai discutir união estável...

Mulher e racismo, tema de 21 dias de evento em Mogi

A partir desta segunda-feira (5), terá início na Cidade...
spot_imgspot_img

Mulher negra é a maior vítima do racismo diário, mostra levantamento

O crime de racismo sofrido pela ministra substituta do Tribunal Superior Eleitoral, Vera Lúcia Santana, na semana passada, apenas confirma a violência que a população...

Organizações sociais e filantrópicas de todo Brasil reúnem-se para apoiar planejamento estratégico de comunicação para a 2ª Marcha Nacional de Mulheres Negras

Nos dias 19, 20 e 21 de maio, o Comitê Nacional da Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver promoveu o Planejamento...

ONGs promovem evento sobre justiça racial e inclusão digital em Salvador

Nos dias 28 e 29 de maio, das 14h às 19h, Salvador (BA) será palco do evento gratuito "Conexões para o Bem Viver: Reparação,...
-+=
Geledés Instituto da Mulher Negra
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.