Chega ao caos situação de ajuda a haitianos no Acre, diz secretário

A entrada ilegal de haitianos em Brasileia (AC) levou ao caos a situação de ajuda humanitária prestada pelo governo do estado, de acordo com o secretário de Justiça e Direitos Humanos do Acre, Nilson Mourão. No total, 204 imigrantes estão na cidade.

Com dívida de seis meses de aluguel da casa que abriga essas pessoas e sem dinheiro para pagar os empresários da cidade pelo fornecimento diário de alimentação, ele disse que a situação é insustentável.

O secretário admitiu que não tem como o governo acriano bancar mais alimentação e abrigo aos haitianos que entram em Brasileia por Cobija, na Bolívia, em grupos diários de 20 a 30 pessoas. Segundo Nilson Mourão, a partir de agora, a decisão é suspender o fornecimento de comida e abrigo. Na prática, o fornecimento está suspenso desde 19 de setembro, e os haitianos sobrevivem de doações nem sempre regulares.

Ele reclamou que há quase dois meses encaminhou ao Ministério do Desenvolvimento Social um plano de trabalho de ajuda financeira pelo governo federal. “O que eu sei é que eles estão estudando o projeto, mas não temos qualquer recurso [federal] internalizado”, acrescentou o secretário.

Diante da situação, o governo acriano decidiu suspender a ajuda humanitária com recursos próprios e manter apenas o que é repassado por convênios com o Ministério da Justiça e pela Secretaria de Direitos Humanos do Acre.

O representante da secretaria em Brasileia, Damião Borges, relatou que “a situação é de calamidade”. Fora os poucos que ainda têm dinheiro para comprar comida no comércio local, os demais contam com doações, especialmente dos empresários que buscam mão de obra. Isso faz com que eles fiquem até dois dias sem ter o que comer destacou.

“Pode ter certeza que, pelo volume com que chegam por Cobija, na segunda-feira [29] teremos 250 ou mais”, disse Damião.

Outra agravante, segundo ele, é a redução do número de empresas que vão à cidade para contratar os haitianos. Ele disse que o empresariado também “está chegando ao limite” na capacidade de absorver a mão de obra haitiana.

Damião Borges não sabe o que fazer com as mulheres grávidas que estão na cidade. Até o momento, ele informou que há no abrigo entre dez e 15 mulheres nessa situação, que não são contratadas pelos empresários. Segundo ele, o hospital da cidade não tem como fazer o trabalho de parto dessas haitianas.

O problema aumenta, segundo Damião, porque a população de Brasileia “cansou e não está ajudando mais em nada ,doações de alimentos, por exemplo]”. Brasileia e Cobija são cidades de fronteira divididas pelo Rio Acre. Os haitianos que chegaram ao Brasil usam os serviços de taxistas bolivianos e entram em Brasileia por duas pontes que unem as cidades.

© 2000 – 2012. Todos os direitos reservados ao Valor Econômico S.A. . Verifique nossos Termos de Uso em http://www.valor.com.br/termos-de-uso. Este material não pode ser publicado, reescrito, redistribuído ou transmitido por broadcast sem autorização do Valor Econômico.

Fonte: Valor Economico

+ sobre o tema

Museu Nacional de Cultura Afro-Brasileira na Bahia poderá ser federalizado

O Museu Nacional de Cultura Afro-Brasileira (Muncab) pode...

Estreia aplicativo com orientações de Mãe Stella

Neste dia 02 de maio, Mãe Stella de Oxossi...

Fotógrafo baiano conecta África e Bahia em exposição com destino a Moçambique

Em comemoração aos dez anos de sua primeira vez...

Diretor de Corra! fará série de ficção científica para o YouTube Premium

Weird City será uma antologia com seis capítulos situados em...

para lembrar

Cartola

  {xtypo_quote}As rosas não falam, simplesmente exalam o perfume que...

Padê Poema – Cuti

 Nação Inusitada em festa rodopiem os desejos ...

“Os racistas não entram no Reino dos Céus”, diz pastor

Por Douglas Belchior Há alguns anos eu participava de uma...

UFPB terá seminário de Cultura Afro-Brasileira; veja programação

O terceiro Seminário Nacional de Estudos Culturais...
spot_imgspot_img

Diálogos sobre a África

A diversidade linguística e cultural da África, suas formas de organização política, suas matrizes científicas, filosóficas e espirituais estão presentes em nosso dia a...

Ilê Aiyê celebrará 50 anos com show histórico na Concha Acústica do TCA

O Ilê Aiyê, primeiro bloco afro do Brasil, vai comemorar seu cinquentenário em grande estilo com um espetáculo histórico na Concha Acústica do Teatro...
-+=