Ao lado da cartunista Laerte Coutinho e o ator Pascoal da Conceição, conhecido pelo personagem Dr. Abobrinha, no programa Castelo Rá-Tim-Bum, ator e escritor Gregório Duvivier, conversou com estudantes presentes na Escola Estadual Fernão Dias Paes, no bairro de Pinheiros, zona oeste da capital paulista, sobre a reorganização escolar do governo Geraldo Alckmin (PSDB): “Não se dobrem às ameaças e nem às negociações baratas”; ele alertou os estudantes para a natureza do embate, que ultrapassa a questão da repressão policial: “O meu medo é de vocês serem silenciados, como em geral são os movimentos no Brasil. E não só com porrada, mas com a mídia”
No Brasil 247
São Paulo – O ator e escritor Gregório Duvivier, a cartunista Laerte Coutinho e o ator Pascoal da Conceição, conhecido pelo personagem Dr. Abobrinha, no programa Castelo Rá-Tim-Bum, estiveram presentes na Escola Estadual Fernão Dias Paes ontem (25), no bairro de Pinheiros, zona oeste da capital paulista, para conversar e dar apoio aos estudantes que ocupam o local desde o último dia 10 contra a reorganização escolar do governo Geraldo Alckmin (PSDB). “Não se dobrem às ameaças e nem às negociações baratas”, reforçou Duvivier.
Laerte, que estudou na escola na década de 1960, destacou a importância da mobilização dos estudantes. “Este movimento é absolutamente empolgante e positivo, e está ensinando tanto para o Brasil nos dias de hoje…”, disse.
Duvivier alertou os estudantes para a natureza do embate, que ultrapassa a questão da repressão policial. “O meu medo é de vocês serem silenciados, como em geral são os movimentos no Brasil. E não só com porrada, mas com a mídia. São silenciados no campo da narrativa e isso é um perigo”, afirmou lembrando da cobertura duvidosa do jornal Folha de S. Paulo sobre possível suspensão do fechamento das escolas por parte do governador Alckmin.
“As negociações servem para silenciar e a mídia também está neste papel, como por exemplo, aquela notícia vergonhosa da Folha que dizia: ‘Alckmin suspende o fechamento’, depois, ‘Alckmin propõe talvez uma suspensão do fechamento’, e ainda, ‘Alckmin pensa na reorganização do fechamento e a suspensão da mobilização do fechamento’. É uma batalha de palavras”, comentou Duvivier.
Ainda sobre o posicionamento da mídia, Pascoal recorda de uma visita que fez à escola Salvador Allende, em Itaquera, na zona leste. “Fui até Itaquera e lá estão todos criminalizados. Até porque gente pobre tem cara de bandido. Mentira, evidentemente. Mas é o tipo de foto que sai no jornal, com cara de bandido. Então, com apoio social e da mídia, colocam gente pra bater”, denunciou.
Pascoal criticou a postura do governo estadual, que pretende fechar pelo menos 94 escolas. “Está errado o que acontece aqui. Está errado! Não podem colocar a polícia aqui. Mas esta é a postura de uma ditadura brasileira”, disse.
Duvivier rebateu o que considera um estereótipo imposto aos brasileiros. “Ao contrário do que dizem do Brasil, ele não é um país de gente tranquila. Essa dita paz social só é conseguida a custo de muita porrada de um Estado que sempre foi violento. Então, não é um povo silencioso, mas sim um povo silenciado.”