Negros e brancos ainda não têm o mesmo acesso à educação no Brasil, segundo a Síntese de Indicadores Sociais de 2010 (SIS), divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A pesquisa mostra que as pessoas que se classificam como pretas e pardas entre as opções oferecidas pelo IBGE (as outras opções são “brancos”, “amarelos” e “indígenas”) já são mais da metade da população (51,1%).
Mesmo assim, o número de estudantes brancos no ensino superior é mais que o dobro do de negros. Segundo o instituto, 62,6% dos estudantes entre 18 e 24 anos nas universidades são brancos, contra 28,2% que se declaram pretos e 31,8% pardos.
O número cresceu na última década. Em 1999 eram 33,4% brancos, 7,5% pretos e 8% pardos.
No entanto, a diferença é ainda maior entre as pessoas de 25 anos ou mais com ensino superior concluído. O número de negros e pardos com diploma é três vezes menor do que brancos.
A desigualdade se reflete também nos níveis mais básicos de educação. A proporção de analfabetos nas populações negras e pardas é de, respectivamente, de 13,3% e 13,4%, enquanto a proporção de brancos analfabetos é de 5,9%.
Rendimento
A síntese de indicadores revelou ainda que negros e pardos ganham entre 20% e 30% menos do que os brancos.
Negros com 12 anos ou mais de escolaridade também têm menor proporção de rendimento por hora do que brancos com o mesmo grau de instrução.
Mesmo com mais anos de estudo, os negros ganham somente 69,8% do rendimento dos brancos. Com até quatro anos de estudo, chegam a ganhar 78,7%.
O mesmo acontece com as mulheres. Com 12 anos ou mais de estudo, elas recebem somente 58% da quantia ganha pelos homens com o mesmo nível de instrução. Com menos anos de estudo, o número sobre para 61%.
Fonte: Correio do Brasil