Educadores, gestores governamentais e integrantes de universidades públicas que participaram do Seminário Internacional Educação Integral em Jornada Ampliada, em Brasília, aprovaram uma carta onde reafirmam a importância do Programa Mais Educação e destacam os desafios para os próximos quatro anos.
Entre os desafios, estão a oferta de jornada integral em 32 mil escolas públicas da educação básica e a formação de um fundo de longo prazo com recursos do Pré-Sal para ampliar o financiamento das atividades do programa.
Segundo a diretora de educação integral da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) do MEC, Jaqueline Moll, a educação integral em jornada ampliada atende 10 mil escolas e 2,2 milhões de estudantes.
Em 2011, o objetivo é alcançar 15 mil escolas e três milhões de alunos, mas a ampliação constante precisa de mais recursos porque o país tem 53 milhões de alunos na educação básica.
O fundo com verbas do Pré-Sal seria uma forma de aumentar os investimentos no programa, incluir novas escolas e estudantes, além de consolidar o Mais Educação como política pública. Outro desafio citado na carta é a rediscussão dos currículos dos cursos de graduação e pós-graduação que formam profissionais para o magistério. O objetivo é incluir nos currículos temas como a gestão e a formulação conceitual da educação integral.
Gestores do Mais Educação de diversos municípios apresentaram suas experiências sobre o andamento do programa em suas cidades. Marinês do Carmo de Pariz da Silva, coordenadora do comitê metropolitano de Porto Alegre, explicou que o comitê é um espaço de discussões que reúne as escolas da rede estadual e de 15 municípios da região metropolitana que oferecem educação integral.
Na experiência de Porto Alegre, a gestão é compartilhada e executada em sistema de rodízio entre os parceiros. Este ano, a educação integral está presente em 240 escolas estaduais e em 480 das redes municipais. O objetivo em 2011 é incluir mais 400 escolas que apresentam baixos índices de desenvolvimento da educação básica (Ideb).
Danilo de Melo Souza, secretário municipal de Palmas, disse que a experiência do seu município mostra que gestores e educadores precisam enxergar os espaços disponíveis, especialmente na escola, que podem proporcionar a ampliação do programa. O refeitório, explicou, após as refeições e lanches pode ser usado para aulas de artes; e a biblioteca pode ser usada para aulas de xadrez.
– Existem espaços que estão na nossa frente e não enxergamos.
Fonte: Correio do Brasil