O Coletivo Utopia Negra Amapaense realizou nos dias 21 e 22 de junho, No Museu Sacaca, em Macapá, o encontro TUMÃ – Territórios Unidos pela Mitigação e Adaptação Climática”, com o objetivo de instigar a participação de povos tradicionais, periféricos e amazônidas na discussão dos temas relacionados à emergência climática global, que serão abordados na Conferência das Partes – COP30, a ser realizada no mês de novembro em Belém (PA).
O evento promoveu reflexões sobre os caminhos para enfrentar crise do clima através da fala de figuras emblemáticas das lutas sociais em diversos setores e a representatividade de povos. A programação ofertou sete painéis, com convidados como Jayna Mealla, promotor Marcelo Moreira, Sônia Nunes, Moroni Guimarães Ju do Coroadinho, Alzira Nogueira, Mara Karipuna, entre outros.
Segundo um dos coordenadores do TUMÃ e membro do Utopia Negra, Arthur Jesus, o encontro faz parte do projeto Quilombo Vivo, que realizou uma série de formações na Vila do Carmo do Maruanum, incluindo a instalação de uma fossa séptica biodigestora em uma escola da região e um guia de instalação, além e formações comunitárias dentro e fora da capital. A ideia desse conjunto de ações é incentivar a colaboração de todos na criação de políticas ambientais eficazes.
“O TUMÃ vem com um evento pré-COP30, com essa proposta de trazer a discussão sobre adaptação climática dentro dos territórios amazônicos, não só de Macapá, mas também de toda a extensão amazônica, tanto que ele é composto por especialistas, por ativistas de toda a nossa região. O evento é uma vertente do Quilombo Vivo que já vem pautando maneiras de realizar essa adaptação climática e de que forma a gente pode estar incluindo a comunidade dentro dessa construção conjunta”, explica.
Entre o público presente, estiveram representantes de instituições governamentais, lideranças comunitárias e jovens de diversas regiões, além de acadêmicos e professores de universidades de diversos estados da Amazônia.
“O TUMÃ é esse encontro muito importante porque congrega povos dos mais diversos territórios do Brasil para debater sobre justiça climática, com foco em adaptação climática. Daí a importância dos territórios trazerem as suas vivências, as suas ideias e aquilo que eles já produzem de forma autogestionada nas nossas comunidades de terreiro, quilombolas, igrejas, coletivos e outros grupos também que já produzem processos de adaptação climática diante do que assola o Brasil”, afirmou o diretor-presidente do coletivo Utopia Negra, Neto Medeiros.