Entenda diferenças entre Pós, MBA, Mestrado, Mestrado Profissional e Doutorado

Com o crescimento no número de concluintes em cursos de graduação no país – o quantitativo ultrapassa mais de 1 milhão de formados em um ano, de acordo com o Censo Escolar -, um dos caminhos naturais da carreira é a realização de uma pós-graduação. E opções de cursos é o que não faltam. Só de mestrados e doutorados, por exemplo, existem mais de 5 mil cursos.

Por Davi Lira, do  iG

Getty Images

Dentro desse leque, questionamentos é o que não falta. Por exemplo, os MBA´s (da sigla em inglês, Master Business Administration) são cursos de mestrado? Ou ainda: Existem cursos gratuitos de pós-graduação? E onde buscar as melhores opções de especialização?

Para tirar essas e outras dúvidas sobre o tema, além de descobrir que é possível, por exemplo, tentar um doutorado mesmo sem ter feito o mestrado, o iG Educaçãopreparou um guia amplo sobre as principais diferenças e as informações mais fundamentais sobre todos os tipos de pós-graduações existentes no país.

Pós-graduação no Brasil

No País, existem dois tipos de cursos de pós-graduação. São os cursos “lato sensu”, como as especializações e os MBA´s, e os “stricto sensu”, que são os mestrados e os doutorados. Existe uma série de diferenças entre eles. As pós-graduações “lato sensu”, geralmente, têm uma menor duração e tendem a ser menos exigentes que os mestrados e doutorado. Além disso, elas não precisam ter uma autorização prévia do MEC. A instituição que já oferece cursos de graduação, e é autorizada pelo ministério a funcionar, não precisa pedir permissão ao MEC para criar novos cursos. Sendo assim, eles tendem a ser mais flexíveis, conseguindo atender necessidades mais específicas do mercado de trabalho, por exemplo.

Já os cursos “stricto sensu” precisam de autorização do governo para funcionar. Cabe à Capes realizar a recomendação do curso para que ele possa funcionar. É durante a avaliação realizada por essa agência que são atribuídas as notas para cada um dos programas de pós-graduação (“stricto sensu”) existentes no país. Essa pontuação, que se torna pública e pode ser consultada na internet, atesta o nível de qualidade do curso, tornando-se mais fácil a escolha do candidato.

1. ESPECIALIZAÇÃO:

De forma mais ampla, todo curso que é realizado após o ensino superior é chamado de curso de pós-graduação. Contudo, no país, o termo abreviado “pós” foi comumente associado a cursos de especialização. Essa modalidade de pós-graduação é vista por muitos candidatos como uma oportunidade de mudar de área. É comum os cursos de especialização estarem abertos a graduados de qualquer área de conhecimento. De acordo com o MEC, normalmente, a “pós” é um curso que tem o objetivo técnico ou profissional mais específico, sem abranger totalmente uma área de conhecimento. No entanto, ele precisa seguir algumas regras mínimas. Caso contrário, ele será considerado um simples curso livre. Conheça as principais exigências da especialização:

#Perfil do candidato: requisito mínimo exigido é que o candidato tenha diploma de curso superior

#Como escolher os cursos? Pela falta de fiscalização e controle na criação dos cursos de especialização pelo MEC, não existe um sistema oficial disponibilizando uma relação completa desses cursos. Assim, a melhor forma de escolher a pós é analisando algumas informações que podem melhor indicar o nível de qualidade da instituição.

Por meio do sistema eletrônico E-mec é possível fazer uma busca em todas as faculdades, centros universitários e universidades brasileiras. Lá, é possível conferir o endereço da instituição, telefones e sites. Também é possível conferir as áreas de conhecimento dos cursos de graduação que a instituição oferece, além de dados sobre fundação e se ela tem ficha suja no MEC (opção “ocorrências”). Adicionalmente, recomenda-se fazer visitas prévias à coordenação do curso, avaliar o programa de aulas da pós e verificar se ela é bem reconhecida no mercado.

#Fique atento! Dos professores que farão parte do corpo docente do curso, pelo menos metade deles devem ser mestres ou doutores. E os demais, devem ter, pelo menos, a formação de especialista.

#Duração: os curso têm duração mínima de 360 horas. Nesse tempo, no entanto, não estão computados as horas de estudo individual, sem assistência do professor, e nem do tempo reservado, obrigatoriamente, à elaboração do trabalho final.

#Processo seletivo: cabe à própria instituição definir seus critérios de seleção. Se o candidato se sentir injustiçado durante o processo, ele pode até levar sua queixa à Secretaria de Educação Superior (SESu), responsável pelos cursos “lato sensu”.

#Custo: geralmente os cursos de especialização são pagos, tanto em instituições privadas quanto nas públicas. A cobrança pelo pagamento em universidades estaduais e federais, por exemplo, ocorre porque esses cursos não são considerados “atividades de ensino regulares, como os mestrados e o doutorado”.

#Trabalho final de conclusão: é comum que os cursos exijam a elaboração de uma monografia. No entanto, é possível outras modalidades de trabalho final, como a elaboração de artigos, por exemplo.

#Titulação: ao concluir, o aluno ganha o título de especialista. A titulação ocorre por meio da emissão de um certificado pela instituição que ofertou o curso. Com o documento em mãos, o candidato pode, por exemplo, ser professor universitário em instituições privadas.

 

2. MBA:

O MBA (da sigla em inglês, Master Business Administration) não é um curso de mestrado, como o nome sugere. Junto com a especialização, ele é um curso “lato sensu”. Sendo assim, muitas de suas características são comuns com a “pós”. De acordo com o próprio MEC, os MBA´s “nada mais são do que cursos de especialização em nível de pós-graduação na área de Administração”.

Muitos dos cursos oferecidos são voltados para o campo dos negócios e da gestão. No entanto, é possível encontrar MBA´s de outras áreas, como comunicação e saúde.

#Perfil do candidato: independente do segmento do MBA, o curso em si é visto como uma oportunidade de realização e troca de contatos profissionais. Para fomentar essenetworking é comum algumas instituições exigirem que o candidato tenha tido experiências de trabalho já consolidadas. O diploma da graduação também é obrigatório.

#Como escolher os cursos? O candidato pode, como nos cursos de especialização, consultar o portal E-mec para obter mais informações sobre se a instituição pretendida oferece algum tipo de MBA.

#Fique atento! De Forma complementar, o candidato também pode consultar se o curso faz parte da Associação Nacional de MBA (Anamba) – uma organização que monitora os parâmetros de qualidade. Mas vale lembrar que a não presença de cursos na Anamba não significa que ele não é de qualidade.

#Duração: os cursos têm duração mínima de 360 horas. Nesse tempo, no entanto, não estão computados as horas de estudo individual, sem assistência do professor, e nem do tempo reservado à elaboração do trabalho final.

#Processo seletivo: cabe à própria instituição definir seus critérios de seleção. Se o candidato se sentir injustiçado durante o processo, ele também pode levar sua queixa àSecretaria de Educação Superior (SESu), responsável pelos cursos lato sensu.

#Custo: geralmente os cursos de MBA são pagos. Tanto em instituições privadas quanto públicas. A cobrança pelo pagamento em universidades estaduais e federais, por exemplo, ocorre porque esses cursos não são considerados “atividades de ensino regulares”, como os mestrados e o doutorado.

#Trabalho final de conclusão: elaboração de uma monografia ou outras modalidades de trabalho final

#Titulação: ao fim do curso, o candidato tem o título de pós-graduação em nível “lato sensu”.

3. MESTRADO:

Para funcionar, os cursos “stricto sensu” como os mestrados precisam ser recomendados pela Capes e reconhecidos pelo MEC. É essa agência do Ministério da Educação que avalia o curso e atesta sua qualidade. As notas vão de 1 a 7 (nota máxima). Os cursos precisam ter, ao menos, a nota 3. Aqueles que possuem nota 5 já são considerados com “elevado padrão de qualidade”. Mas, para ter essa nota, é preciso que tenham cursos de doutorado, além do mestrado. O máximo possível é a nota 7, que significa que o curso tem um “desempenho claramente destacado”, afirma a Capes.

 

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