Estudantes protestam contra adoção do Enem pela UFMG

Mais de mil alunos de cursinhos e escolas particulares de BH estão reunidos na reitoria


O reitor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Clélio Campolina, recebeu no início da tarde desta terça-feira (11) uma comissão com seis alunos de cursinhos e escolas particulares que protestam contra o fim da primeira etapa do vestibular da universidade e a adoção do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) como requisito obrigatório para entrar na UFMG.

 

Cerca de mil estudantes estão reunidos na porta da reitoria da universidade e protestam com a ajuda de um carro de som. Os manifestantes alegam que o tempo de mudança proposto foi curto e a adoção do Enem, inesperada. Entre as faixas de protesto, os dizeres “Abaixo a didatura do Enem”.

 

Na quarta-feira (5), a UFMG informou que a primeira etapa do vestibular, com questões de múltipla escolha, foi substituida pelo Enem. A segunda etapa do vestibular, prevista para acontecer entre os dias 3 e 7 de janeiro, deve ser adiada. A decisão foi tomada pelo Conselho Universitário. A prova do Enem deve acontecer nos dias 6 e 7 de novembro deste ano. A primeira da etapa do vestibular estava marcada para o dia 28 de novembro.

 

Com quase 13 mil alunos nos cursos de graduação, a UFMG era uma das poucas instituições federais do país que não adotavam o exame.

 

Enem

Tradicionalmente, o Enem tem questões interdisciplinares, mais analíticas, voltadas para alunos que conseguem associar os conteúdos dados em sala de aula a questões cotidianas. Ou seja, questões de leitura de mundo. As questões da UFMG eram, até este ano, mais específicas e cobravam conhecimentos teóricos.

 

Em 2008, o alto custo da primeira etapa fez com que a UFMG reduzisse de dois para um as provas de primeira etapa. O custo estimado pela instituição era de R$ 2 milhões, e a redução de dois para um dia fez com que o investimento necessário para a aplicação da prova caísse pela metade.

 

Criado em 1998, o Enem tinha inicialmente o objetivo de avaliar o desempenho do estudante ao fim do ensino básico. Podem participar do exame alunos que estão concluindo ou que já concluíram o ensino médio em anos anteriores. Até novembro do ano passado, cerca de 500 universidades do país usavam o resultado do exame como critério de seleção para o ingresso no ensino superior, seja complementando ou substituindo o vestibular.

 

No ano passado, as provas do Enem foram roubadas e oferecidas a uma jornalista de São Paulo, o que causou a anulação do exame dois dias antes da prova. O roubo da prova, a elaboração de um novo exame e a anulação de quatro questões por problemas técnicos, no entanto, levantaram suspeitas sobre a idoneidade do Enem.

 

No início deste ano, o ministro da Educação, Fernando Haddad, maior defensor do Enem, decidiu aumentar o número de questões, bem como o peso das questões escritas na nota do aluno. De acordo com o ministro, a intenção é que, nos próximos anos, o Enem substitua totalmente os vestibulares das instituições superiores de ensino, públicas e particulares, de todo o país.

 

Assim, uma única prova feita em todo o território nacional seria uma “porta de entrada” para faculdades de outros estados, estimulando as viagens de alunos dos diversos estados, como já acontece em países como a França e os Estados Unidos.

 

 

Fonte: R7

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