Reitores de institutos federais afirmam que terão que fechar as portas já a partir de agosto, caso os 30% da verba bloqueados em maio não retornem para seus caixas
Por JOANA OLIVEIRA, do El País
Estudantes e professores de todo o Brasil realizam nesta terça-feira um terceiro ato nacional em defesa da educação e em protesto contra os cortes na área. Em maio, o bloqueio por parte do Ministério da Educação de 30% do Orçamento, atingindo fortemente a verba das instituições federais, e a retórica belicosa do Governo contra as universidades, consideradas antros “esquerdistas”, foram catalisadores do primeiro protesto nacional —em cerca de 200 cidades— contra o presidente Jair Bolsonaro. Um mês depois, no auge das críticas sobre o assunto, o Congresso liberou 248,9 bilhões de crédito suplementar ao Orçamento, ante o compromisso do Planalto de liberar 1 bilhão para as universidades. Bolsonaro já manifestou o desejo de usar dinheiro de fundo da Lava Jato —cerca de 2,5 bilhões devolvidos pela Petrobras em um acordo com autoridades dos Estados Unidos— para as pastas de Educação, Ciência e Tecnologia, mas, até o momento, tudo é apenas uma promessa.
Na última semana, reitores de pelo menos universidades federais informaram que permanecem com dinheiro bloqueado e que suas atividades estão em risco. A UFBA (Universidade Federal da Bahia), UFPB (Universidade Federal da Paraíba), UFCG (Universidade Federal de Campina Grande), Ufpel (Universidade Federal de Pelotas), UFPA (Universidade Federal do Pará) e a UFPR (Universidade Federal do Paraná) afirmam que terão que fechar as portas em setembro caso os 30% do Orçamento não sejam desbloqueados. Na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), a situação é mais grave, de acordo com a reitora Denise Pires de Carvalho, e as atividades podem ser interrompidas ainda em agosto.