Falece em São Paulo a Iyalorixá Sylvia de Oxalá

Enviado por / FonteDo Tambores Falantes

A Casa de Oxumaré divulgou em sua página o falecimento da Iyalorixá Sylvia Egydio de Oxalá. Segue abaixo a íntegra da publicação:

É com profundo pesar e tristeza que comunicamos o falecimento da Iyálorixá Sylvia Egydio de Oxalá, líder de um dos mais antigos e tradicionais terreiros de São Paulo, o Axé Ilê Obá, o primeiro a ser reconhecido como patrimônio cultural do Estado.

A partida de Mãe Sylvia é uma significante perda para o candomblé paulistano e nacional. Rogamos que seja recebida por nossos ancestrais e com eles permaneça, fortalecendo assim a espiritualidade do povo de santo do Brasil. Assim como todo Ialorixá, Mãe Sylvia sera velada no Terreiro que liderava.

”Se awo kikun, awo kirun, nse awo mawo si Itula Ile Awo!”

(Os iniciados no mistério não morrem, os iniciados no mistério não desaparecem, os iniciados no mistério vão para o Itulá!)
Paulista nascida na liberdade, uma pessoa de fibra, concentrada, estudiosa e trabalha-dora, com formação acadêmica multidis-ciplinar: enfermagem, administração, relações internacionais, empre-sária de sucesso, mas nascida, preparada e destinada a ser Ialorixá e substituir Pai Caio de Xangô, na importante tarefa de preservar e ensinar o modo de vida, a valorização e desestigmatização da religião da orixalidade – o Candomblé.

Assim, em 1986, assume seu destino Mãe Sylvia de Oxalá à frente do Axé Ilê Oba – A Força da Casa do Rei. Seu destino foi confirmado por diversos pais e mães de santo, seguiu, então, o que lhe apontou Mãe Menininha do Gantois: “Você agora vai fazer suas obrigações para ser ialorixá, vai deixar a casa onde mora para viver na casa de candomblé, não vai mais trabalhar para fora e vai se dedicar plena e exclusivamen-te para a orixalidade. Se precisar de qualquer coisa nessa vida, não se preocupe: ela vai chegar até você”.

Com o desencarne de Pai Caio de Xango, Mãe Sylvia Oxalá foi confirmada por Pai Air de Oxoguiã, babalorixá de Pilão de Prata, na Bahia. ara as necessárias mudanças para que o respeito seja estabelecido, e que se rompa com todo e qualquer tipo de preconceito e discriminação.

Sua vocação é trabalhar para divulgar e melhorar cada vez mais o ambiente em que orbita, ensinando e apontando para as necessárias mudanças para que o respeito seja estabelecido, e que se rompa com todo e qualquer tipo de preconceito e a disriminação.

Seus trabalhos sociais já lhe renderam incontáveis prêmios e homenagens no Brasil e no exterior. Tanto preparo para vida renderam a Mãe Sylvia de Oxalá reconhecimento e respeito no Brasil e no exterior.
Mãe Sylvia de Oxalá atende todas as pessoas que batem à porta do Axé Ilê Obá. Desde as pessoas mais simples até empresários nacionais, interna-cionais, políticos, e pessoas de todo o mundo.

Mãe Sylvia de Oxalá teve sob sua tutela muitos projetos importantes para comunidade:
Instituto Axé Ilê Oba, Instituto Cultural, Educação, preservação das raízes Africanas Acervo da memória e do viver afro-brasileiro “Caio Egydio de Souza Aranha”;

Centro de Documentação e Levantamento da escravidão no Brasil, Centro de Educação Infantil Jardim Aeroporto.

Mãe Sylvia de Oxalá através de palestras, ajuda a disseminar uma outra história: a de que a civilização negra é a mais antiga do mundo, tendo 15 mil anos de tradição, e que os faraós, reis do Egito, eram negros. Contar um outro lado da história deste povo como forma de aumentar a auto-estima das crianças afro-brasileiras e de evitar o preconceito das brancas.

Mãe Sylvia de Oxalá recebeu inúmeras homenagens e prêmios por seu valoroso trabalho de defesas das tradições e atuação em obras sociais junto à comunidade.

Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo.
(13 de maio de 1998).

O diploma de Gratidão de São Paulo e a Medalha Anchieta em ano de 1998 em razão das obras sociais realizadas pelo Axé Ilê Obá desde o início de sua gestão. Por esta mesma razão o Axé Ilê Obá foi declarado órgão de utilidade pública em 1991 e tombado também pelo SPHAM.

“Prêmio Niños de la Calle” em Madrid por seu trabalho junto aos menores carentes.

“Prêmio Humanista” da Universidade de Moscou.

“Prêmio Ambientalista – Humanitas” oferecido pela CETESB “Prêmio de Recuperação das Crianças Carentes” em Diadema e São Bernardo do Campo.

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