“A história vai provar que Obama está certo”, publica New York Times

Ao anunciar novas políticas para lidar com Cuba após décadas de distância, Obama disse ser “Hora de uma nova abordagem”

A reaproximação diplomática dos Estados Unidos com Cuba repercutiu mundialmente como um marco na história dos dois países.

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Uma das principais publicações americanas, o New York Times dedicou um editorial para elogiar a postura da Casa Branca e escreveu que “a história vai provar que (o presidente Barack) Obama está certo”.

Ao anunciar novas políticas para lidar com Cuba após cinco décadas de distanciamento, Obama disse que “o isolamento fracassou. É hora de uma nova abordagem”. A notícia agradou especialmente o New York Times, que já havia declarado claramente o apoio a uma reaproximação com a ilha em diversos editoriais nos últimos meses.

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No editorial de quarta, que “comemora” a atitude de Barack Obama e do presidente cubano Raúl Castro, o jornal fala em uma “nova era” para os dois países.

“A Casa Branca está inaugurando uma era de transformação para milhões de cubanos que sofreram como resultado de mais de 50 anos de hostilidade entre as duas nações”, diz o editorial.

“Obama poderia ter dado um passo mais modesto e gradual para o fim do degelo. Em vez disso, ele corajosamente foi tão longe quanto pôde, dentro dos limites de uma lei ultrapassada de 1996 que impõe sanções rígidas sobre Cuba na busca da mudança do regime do país.”

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Em editoriais anteriores – publicados em inglês e espanhol -, o New York Timesdefendia o fim do embargo econômico a Cuba e a retirada do país da lista americana de “patrocinadores do terrorismo”.

Pelo discurso de Obama nesta quarta, as duas coisas podem estar em vias de se concretizar – o presidente anunciou que pedirá ao secretário de Estado, John Kerry, para rever essa denominação de Cuba e avisou que tentará engajar o Congresso na discussão sobre o fim do embargo à ilha após mais de 50 anos.

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Washington Post destaca ‘fim de uma era de Guerra Fria entre EUA e Cuba’
No texto desta quarta-feira, o NYT chama a atitude dos EUA perante Cuba de “contraproducente”. “Os Estados Unidos estão certos ao pressionar por mais liberdades pessoais e por uma mudança democrática. Mas sua abordagem punitiva tem sido extremamente contraproducente.”

O New York Times ainda elogia Raúl Castro pelos avanços conquistados no país nos últimos anos e por seu “pragmatismo”.

Repercussão mundial

Ainda nos Estados Unidos, a notícia repercutiu como um momento histórico para o país. O Washington Post ressaltou o “fim de uma era de Guerra Fria contra Cuba”.

A revista Newsweek chamou o anúncio como “fim de uma queda de braço de décadas entre EUA e Cuba”. Análise publicada no site da revista dizia que “Obama fez a coisa certa com Cuba” e considerou a iniciativa desta quarta “transformadora” para os dois países.

Em Cuba, porém, a repercussão foi bem diferente. O destaque maior era para o retorno dos três cubanos que estavam presos nos EUA – parte de um grupo conhecido como “Cinco heróis” em Havana – acusados de espionagem.

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Granma dá destaque para retorno de cubanos e deixa reaproximação com EUA no segundo plano
Um dos principais jornais, o Granma destacou a fala de Raúl Castro sobre o retorno dos cubanos e, em seguida, a reaproximação diplomática. “O presidente cubano anunciou oficialmente a chegada de Gerardo, Antonio e Ramon, e o restabelecimento das relações diplomáticas entre Cuba e os Estados Unidos.”

O Juventud Rebelde também dá espaço à comemoração do retorno dos cubanos que estavam nos EUA e não menciona na capa a mudança na política com os americanos.

A notícia também estampou as manchetes dos jornais do mundo inteiro e foi destacada como “o começo de uma nova era” por algumas publicações.

O britânico The Guardian falou em “avanço surpreendente” nas relações entre EUA e Cuba e também considerou o fato como o fim de uma “guerra fria” entre os dois países.

Le Monde cita ‘reaproximação histórica’ para falar sobre as novas políticas diplomáticas entre EUA e Cuba

O jornal italiano Corriere Della Serra cita o momento como um “ponto de virada” após 55 anos de uma “relação perigosa”. O francês Le Monde destaca a “reaproximação histórica”. Já o espanhol El País ressalta o fim de décadas de distancimento e o início de uma nova etapa para os dois países.

“Com o restabelecimento das relações diplomáticas, os Estados Unidos tentam encerrar um conflito que durava 53 anos. A Guerra Fria terminou hoje na América”, finaliza a publicação.

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