Informe de Rosana Fernandes (CESE) sobre a Cumbre Mundial de Afrodescendentes em Honduras

A 1ª Cumbre Mundial de Afrodescendentes realizada de 18 a 20 de agosto de 2011, em La Ceiba (Honduras), foi concluída com o pedido de um Fórum Permanente de Assuntos Afrodescendentes na Organização das Nações Unidas (ONU), na OEA e na União Europeia (UE). Também foi pedido às Nações Unidas que declare a Década dos Povos Afrodescendentes no Mundo a partir do ano de 2012, incluindo as estruturas e dotações orçamentárias requeridas, e a criação do Fundo de Desenvolvimento dos Afrodescendentes.

Rosana Fernandes, assessora de projetos da CESE e delegada internacional da Cumbre Mundial de Afrodescendentes ressalta que este momento político possibilitou uma reflexão crítica sobre as condições econômicas e sociais das populações afrodescendentes, dos movimentos negros pós Durban e, da implementação dos tratados internacionais. O secretário-executivo da Cúpula, Céleo Álvarez Casildo, declarou que o evento foi um sucesso: “O mundo inteiro está escutando nossa voz. A população afrodescendente das Américas ainda sofre com o legado da escravidão e da colonização, vítima de racismo e de exploração”. E por isso a Cumbre expressa um movimento social que busca compromissos da comunidade internacional com um plano de desenvolvimento global e valorização da identidade dos povos afrodescendentes. Céleo Álvarez é dirigente da Organização Étnica de Desenvolvimento Comunitário (ODECO), organização que secretariou o evento com o apoio das Nações Unidas.

Durante a Cumbre, foram discutidos temas como saúde, educação, juventude, desemprego, discriminação racial, justiça e direito à terra, entre outros. Na Declaração de La Ceiba, da 1ª Cumbre Mundial de Afrodescendentes, os 800 delegados de mais de 44 países demandam o combate ao racismo e todas as formas de discriminação racial adotando as medidas necessárias para abolir este flagelo da humanidade; exigem que se garanta “o pleno desfrute dos direitos humanos e da cidadania dos e das afrodescendentes, e o pleno acesso à justiça às vítimas do racismo e da condenação das pessoas e instituições que violam seus direitos humanos e coletivos”. Afirmou-se também, que chegou o momento da Organização das Nações Unidas (ONU) incorporar não apenas um nono Objetivo do Milênio relacionado com a redução substancial de todas as formas de racismo, discriminação racial, xenofobia e outras formas conexas de intolerância”, como também criar um Índice de Desenvolvimento Humano com “perspectiva de raça e etnia”. Os delegados/as pediram aos Governos para que os afrodescendentes sejam incluídos plenamente nos serviços diferenciados e nos avanços nos campos de educação, saúde, habitação, emprego, renda e acessos a sistemas de financiamento e crédito, alimentação, tecnologias da informação e comunicações, cultura e processos políticos.

Ressaltou-se ainda que, a incorporação dos jovens afrodescendentes na América Latina é um desafio básico e urgente para a formulação de políticas públicas. Essa questão será aprofundada na 1ª Cúpula Mundial da Juventude Afrodescendente que será realizada em outubro na Costa Rica. 

Para Rosana Fernandes, a oportunidade dos debates e a mobilização dos diversos países demonstram a força do movimento negro. Ressalta ainda, a participação expressiva de mulheres não somente como delegadas, mas também como expositoras e debatedoras trazendo para o centro das discussões a situação das mulheres negras. A Cumbre apontou um conjunto de proposições para um desenvolvimento mundial sustentável com equidade racial.

Para a CESE, o apoio ao movimento negro no Brasil é parte da construção dos seus 38 anos de existência. O combate ao racismo e todas as formas de discriminação é condição fundamental para a construção de um mundo justo e solidário. A Cumbre possibilitou a troca de experiências e aprofundamento de discussões sobre questões de gênero e raça, o que contribuirá no aprimoramento do trabalho da CESE.

 

Fonte:  Lista Racial 

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