Insatisfeitos com Dilma, homossexuais exaltam postura de Lula

Pouco mais de um ano após o início de seu mandato, a presidente Dilma Rousseff passou a ser vista com restrições pela comunidade LGBT. Segundo lideranças dos movimentos pela luta dos direitos dos homossexuais, Dilma não cumpriu com as promessas feitas durante a campanha e pouco avançou na questão. Eles atribuem o fato à pressão exercida pela bancada evangélica no Congresso, mas não escondem a preferência pela postura mais flexível adotada pelo ex-presidente Lula. Em seu governo, diversas reivindicações do grupo foram atendidas.

“É uma bancada muito expressiva. Tenho medo de que ela [Dilma Rousseff] fique refém deles. Isso só prejudicaria a elaboração e a execução de políticas públicas importantes”, disse Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transsexuais (ABLGT), ao site Congresso em Foco. Ele comentou ainda a diferença de postura dos dois governantes: “Dilma não veio de um movimento social como Lula . Ela é uma pessoa política, mas não tem esse traquejo para lidar com os movimentos sociais”

Um dos motivos para das críticas foi a suspensão da produção e distribuição das cartilhas e vídeos que seriam usados no projeto Escola sem Homofobia, iniciativa com o objetivo de combater o preconceito contra homossexuais em escolas da rede pública.

Após a decisão, a presidente passou a ser alvo de protestos nas maiores paradas gays do país. Na abertura da 2ª Conferência Nacional de Políticas Públicas e Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – LGBT, em Brasília, militantes gritavam “Dilma, que papelão, não se governa com religião”.

Criminalização da homofobia

Apresentado em 2006, o projeto de lei que estabelece a criminalização da homofobia e prevê pena de até três anos de prisão para aqueles que praticarem atitudes preconceituosas contra gays, continua parado no Congresso. A votação na Comissão de Direitos Humanos do Senado estava prevista para acontecer em dezembro do ano passado, mas foi adiada à pedido da senadora Marta Suplicy, relatora do projeto, que temeu pela rejeição do mesmo.

A Lei da Homofobia é considerada pelo movimento LGBT como questão vital para definir o posicionamento da presidente em relação à defesa direitos humanos. Embora acredite que a organização dos grupos contrários à causa tornará difícil a aprovação do projeto, Toni Reis espera que, caso isso ocorra, Dilma o sancione sem restrições. “Aí sim, ela ganhará mais pontos conosco”, finaliza.

 

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Fonte: Jornal do Brasil

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