Islamofobia em SP? Mesquita Brasil é pichada com a mensagem “Je suis Charlie”

A parede do maior templo islâmico do país, localizado na capital, amanheceu neste domingo (11) com a mensagem que vem encabeçando as campanhas contra o ataque ao jornal francês Charlie Hebdo. “Nós não somos terroristas”, afirmou gestor da mesquita 

Por Ivan Longo Do Spresso sp

O ataque ao jornal francês Charlie Hebdo, ocorrido na semana passada, vem gerando uma série de debates acerca da intolerância religiosa. A máxima “Je suis Charlie” (Somos Charlie, em português), usada por aqueles que querem prestar apoio aos jornalistas assassinados, infelizmente também caiu como uma luva para aqueles que pregam a islamofobia e essas manifestações já vêm ficando evidentes em um série de lugares do mundo, inclusive em São Paulo.

A Mesquita Brasil, maior templo islâmico do país, localizada na Avenida do Estado, na capital, teve suas paredes pichadas justamente com a inscrição “Je suis Charlie”. A frase, que até então vinha sendo utilizada em atos e nas redes sociais, não carregava um tom preconceituoso até ser estampada justamente na parede de um templo islâmico.

Feres Fares, gestor da mesquita, disse ao SPressoSP que a comunidade islâmica “não esquenta” com esse tipo de atitude. “Infelizmente as pessoas querem se expressar e acharam por direito pichar uma parede sem autorização, em uma atitude completamente anti-civilizatória. Que liberdade de expressão é essa?”, afirmou. “Nós não somos terroristas por que não causamos terror a ninguém”, completou.

Para Fares, o ataque ocorrido em Paris não representa os princípios da religião muçulmana e tratou-se, na verdade, de um ataque político, e não religioso. “Temos certeza que quem fez aquilo não é muçulmano. Se fossem, deixaram de ser a partir do momento em que mataram. Isso é resultado da conjectura política e da crescente islamofobia. Pra gente, isso não é um ato religioso, é um ato político”, analisou.

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