Sexta edição da festa levou cerca de 3 mil pessoas à avenida União dos Ferroviários na tarde de domingo
por KADIJA RODRIGUES
Mesmo com a chuva na tarde de domingo o arco-íris apareceu, pelo menos na avenida União dos Ferroviários com a 6ª edição da Parada Gay de Jundiaí. Muita música, demonstrações de carinho e protestos contra o preconceito marcaram a avenida que recebeu cerca de 3 mil participantes, segundo a Polícia Militar.
Entre eles estava Ticiana Cardoso, 17 anos, que é lésbica e tinha cartazes pendurados sobre o seu corpo clamando a aprovação da lei PLC 122 que criminaliza a homofobia, racismo e qualquer tipo de preconceito. “Eu acredito que esses movimentos estão mais apolíticos, ou seja, o pessoal vem mais para se divertir e não brigar por seus direitos”, afirma.
É a primeira vez que Ticiane participa do movimento na cidade e gostaria de ver mais gente aderindo. “Acho que para mudar, é preciso implantar políticas públicas e começar ensinar nas escolas.”
O estagiário em direito Otávio Bernardes, 18, também participa pela primeira vez do movimento em Jundiaí, porque foi em janeiro que decidiu contar para os pais que é gay. “Antes eu só tinha participado em São Paulo”, afirma. Para ele, a parada tem notoriedade e impõe para a sociedade o direito de escolha para a vida sexual.
Solteiro, ele diz que está difícil de encontrar um namorado, ainda mais, porque devido ao preconceito, acaba frequentando apenas lugares onde gays e lésbicas costumam ir.
Esse tipo de preconceito passa longe para a aposentada Sueli de Moraes, 60. Todo ano ela faz questão de ir até a avenida para acompanhar a manifestação. “Acho bonito de ver e acredito que assim como nós, carnavelescos, temos o direito de desfilar no Carnaval, eles também têm o direito de sair pelas ruas de Jundiaí”, afirma a integrante das alas das baianas da escola de samba União da Vila.
Fonte: Rede Bom Dia