Mais de 10 milhões de brasileiros sofrem de diabetes

Só no Espírito santo há 122.427 pessoas com a diabetes tipo2

A cada cinco segundos, um novo caso de diabetes surge no mundo. Pois, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 250 milhões de pessoas em todo o mundo sofram desta doença, 10 milhões só no Brasil. E, lidar com a doença diariamente não é nada fácil,pois necessita de mudanças de hábito em toda a família.

Dentre as batalhas diárias do diabético está a luta pelo controle da glicose, a dieta rigorosa e o alto custo para o tratamento da doença são as principais preocupações dos pacientes e também dos familiares. Em prol dessas pessoas é comemorado no dia 14 de novembro o Dia Mundial de Controle do Diabetes.

A estatística alarmante dos casos de diabetes só tende a aumentar. Isso porque os fatores genéticos são responsáveis por transmitir a doença de uma geração à outra silenciosamente. A diabetes ou diabetes mellitus apresenta dois tipos de estágio: tipo1 e tipo2.

De acordo com o Ministério da Saúde, só no Espírito santo há 122.427 pessoas com a diabetes tipo2. Dentre elas, a aposentada Ierma dos Anjos de Oliveira de 72 anos (foto). Esse tipo acomete principalmente pessoas com mais de 40 anos. 

A maioria dos integrantes da família de dona Ierma tem diabetes e muitos deles já faleceram por causa das complicações da doença. “Meus pais tiveram diabetes e meus irmãos e eu também. O meu irmão mais velho e meus pais faleceram por conta do agravamento da doença. Minha irmã mais nova, meu outro irmão e eu ainda estamos lutando contra esse mal que assombra nossa família. Eu converso muito com minha neta, para que ela coma menos doce para poder evitar a doença”, falou a aposentada.

Há um pouco mais de 20 anos, a aposentada descobriu que estava com diabetes por causa do diagnóstico realizado em sua irmã. “Quando eu tinha 52 anos descobri que tinha diabetes. Isso porque minha irmã comeu chocolate e ficou toda empolada. Ela teve que fazer exames para saber o motivo e foi diagnosticada com a doença. Logo depois, eu me submeti a uma série de exames que também apontaram que eu tinha diabetes, mas só fui acreditar mesmo quando os sintomas começaram a se manifestar”, contou a aposentada. 

Na maioria das vezes, o paciente diagnosticado com diabetes não apresenta sintomas específicos da doença, sendo com maior freqüência em diabéticos do tipo2. Por isso, muitos pacientes só descobrem a doença depois de alguns meses ou até mesmo anos e, em outros casos, ficam assustados em receber tal diagnóstico.

As preocupações do diabético vão desde a alimentação até o controle diário que se deve ter com a taxa de glicose no sangue. A arquiteta Helga não é diabética, mas sofre junto com o marido por causa das determinações médicas. “É sempre uma luta, não só para quem tem a doença como também para toda a família. A alimentação tem que ser altamente restritiva e, por isso, a família precisa acompanhar o ritmo. Caso contrário é ainda mais difícil para William que não pode comer alguns alimentos”, disse.

William de Lima e Souza tem 56 anos e começou a apresentar o quadro clínico há dez anos. “A família inteira dele tem diabetes. Então não foi uma surpresa quando o médico o informou sobre o resultado dos exames. Desde tal época, ele teve que mudar alguns hábitos de vida, mas mesmo assim descumpre com as ordens médicas. Às vezes ele come muito ou come algum alimento que não é indicado por causa da taxa de açúcar e, depois de abusar, sente dores na perna por causa da má circulação e a visão que vai ficando embaçada”, pontuou a esposa.

A coordenadora da área técnica de Diabetes e Hipertensão do Ministério da Saúde, Rosa Sampaio, explica que, apesar da diabetes não ter cura, é possível controlar e conviver com a doença, evitando complicações. “O pior momento é o do diagnóstico do diabetes, uma doença totalmente administrável. O mais importante é o auto-cuidado, que deve ser orientado pelos profissionais de saúde, o que, muitas vezes, é mais importante que o uso de medicamentos”, explica. 

A aposentada Ierma vai às consultas médicas a cada quatro meses para controlar a glicose, mas com o alto custo dos medicamentos e do aparelho que mede a taxa de açúcar no sangue, ela se queixa do descaso do Estado em não disponibilizar aos diabéticos os remédios necessários. “Todo mês tenho que tomar de oito a nove insulinas e chego a gastar cerca de R$200 por cada vidro. É extremamente caro e além de tudo tenho que ter outras despesas por causa da doença, principalmente, com alimentos específicos para manter a dieta em dia. Sei que o Estado oferece os remédios, mas sempre que procuro não acho”, afirmou a aposentada Ierma dos Anjos de Oliveira de 72 anos.

Pé Diabético
Apesar de o diabético ter que estar atento a todas as partes do corpo por causa da doença, o pé precisa de uma atenção especial. O contato direto com o solo e objetos pontiagudos faz com que esta parte do corpo fique sujeita a ferimentos, já que o paciente que tem diabetes tem maior propensão a infecções repetidas na pele. 

Para evitar qualquer tipo de infecção ou até mesmo uma úlcera é necessário manter um bom fluxo sanguíneo que deve ser realizado com medicamentos que auxiliam os níveis de colesterol e da pressão ou com exercícios físicos.

 

 

Prevenção – Os principais fatores de risco para o desenvolvimento do tipo 2 da doença em adultos é o histórico familiar e a obesidade. Este tipo de diabetes geralmente acomete pessoas com mais de 40 anos de idade e crianças que nasceram com mais de quatro quilos. O diagnóstico pode ser feito com o exame da glicemia, oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O controle do diabetes deve ser feito, principalmente, com mudança nos hábitos de vida: controle da alimentação e prática de atividades físicas. O tratamento também pode incluir medicamentos para controle da insulina (por via oral ou venosa).

Tratamento – O SUS oferece, gratuitamente, diagnóstico do diabetes, acompanhamento dos pacientes e medicação nas unidades de saúde. As ações estão previstas no Programa Nacional de Hipertensão Arterial e Diabetes Melittus (Hiperdia), que também prevê a capacitação dos profissionais da rede pública, a atualização permanente de protocolos clínicos e a assistência farmacêutica aos doentes por meio da ofertas dos medicamentos orais essenciais e da Insulina Regular e Insulina NPH (também conhecida como “de absorção lenta”), além da distribuição de “fitas” e aparelhos para medir a glicemia.

As ações estabelecidas no Hiperdia começaram a ser implantadas em 2002 e foram ampliadas de forma expressiva nos últimos anos – principalmente a assistência farmacêutica e as capacitações profissionais. A aquisição de insulina em 2009, pelo Ministério da Saúde, chegou a 13,5 milhões de frascos – um investimento de R$ 44,28 milhões.

Por mês, o ministério encaminha aos Estados uma média de um milhão de frascos de insulina para a distribuição aos pacientes pelas secretarias municipais de saúde. Para ter acesso ao medicamento, os portadores da doença devem apresentar receita médica nas Unidades Básicas de Saúde ou ter cadastro junto à secretaria municipal de saúde.

A população também tem acesso gratuito aos medicamentos Metformina, Glibenclamida e Glicazida. Eles estão disponíveis na chamada farmácia básica, que abrange medicamentos para hipertensão, além de antibióticos e antiinflamatórios, entre outros. Portadores de diabetes também têm a opção de adquirir medicamentos com 90% de desconto por meio do programa Farmácia Popular, que oferece o Metformina (5 mg/comprimido) e o Glibenclamida (500 mg/comprimido e 850 mg/comprimido).

Fonte: ESHOJE

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