Menino somali que constrói os próprios brinquedos terá agora a chance de estudar

Guled Adan Abdi tem apenas 13 anos e é um garoto diferente dos da sua idade. Ele vive na Somália e é apaixonado por fazer brinquedos eletrônicos com material reciclado, principalmente com garrafas de óleo usadas.

Do  HuffPost Brasil

Autodidata, Guled aprendeu como instalar motor nos brinquedos que ele mesmo monta, observando o funcionamento de carros de verdade. Sua história foi revelada pela BBC África.

“Eu comecei a fazer brinquedos quando eu era mais novo, e costumava brincar com eles sem nenhum motor. No entanto, mais tarde, eu me perguntei: ‘Por que você não os transforma em máquinas motorizadas?'”, contou ele à emissora, acrescentandoque criou os motores observado os carros em Buhodle, cidade onde vive.

Órfão de pai, o menino vive com a mãe, um irmão e uma irmã, e frequenta o terceiro ano da escola, onde a maioria dos alunos tem oito anos de idade. De acordo com a reportagem da BBC, quando as coisas ficam complicadas financeiramente para a família, eles voltam para uma área remota da região, onde vivem seus parentes.Quando está lá, o menino não pode ir à escola.

Mesmo com uma frequência escolar abaixo do desejado, foi Asha Ahmed Omar, um professor de Guled, o principal entusiasta de seu trabalho. Além de estimular o jovem, o docente comprou algumas baterias – que custam cerca de R$ 1 – para que o garoto prosseguisse com o seu trabalho, que nem sempre foi apoiado pela família: sua mãe chegou a jogar algumas de suas invenções no lixo.

Como sua fama se alastrou pela cidade, o garoto foi convidado para ir a Garowe, cidade principal da regão semi-autônoma de Puntland. Comovido com a história de Guled, o presidente da província se comprometeu a financiar sua educação.

“Eu quero, gradualmente, aprender como fazer carros de verdade”, contou ele à BBC. Alguém duvida?

+ sobre o tema

Rede de cursinhos gratuitos leva alunos negros da periferia à universidade

Débora Dias, de 21 anos, moradora do bairro de...

OAB oferece intercâmbio na Inglaterra para jovens advogados latino-americanos

A OAB Nacional juntamente com o Bar Council of...

Geledés se posiciona à consulta pública do Conselho Nacional de Educação (CNE)

Posicionamento de Geledés Instituto da Mulher Negra à consulta...

A extinção judicial do Escola sem Partido

Antes tarde do que nunca. O STF decidiu dar...

para lembrar

Alemanha anuncia 160 bilhões de euros para universidades e pesquisa

Enquanto a desgraça se abate contra as universidades brasileiras... no...

Lei de Cotas aumenta em 39% o número de negros nas federais

Foram pesquisadas 104 instituições federais do ensino superior, entre...

CNPq suspende 4.500 bolsas por falta de orçamento

Cortes aconteceram em vagas que não estavam preenchidas; bolsistas...

Meninos e meninas negras recebem as piores oportunidades educacionais em SP, diz pesquisa

Mauricio Ernica, pesquisador, conselheiro da Fundação Tide Setubal, fala...
spot_imgspot_img

Unilab, universidade pública mais preta do Brasil, pede ajuda e atenção

A Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) surgiu com a proposta de fazer a integração de alunos de países africanos de língua...

Cotas, sozinhas, não acabam com a desigualdade

Há uma demanda crescente para que as universidades de alto prestígio (ou de elite) aumentem a diversidade étnico-racial e socioeconômica de seus alunos. Nessa...

Primeira médica de quilombo baiano criou cursinho pré-vestibular

"Eu era um ponto preto em uma folha branca", ouvia Marina Barbosa, 32, de um professor durante a graduação em medicina. Hoje formada pela UFBA...
-+=